Show que entrou pela madrugada lembrou repertório clássico da música brasileira
Antônio do Amaral Rocha Publicado em 06/05/2012, às 20h59 - Atualizado às 21h38
À medida em que a madrugada chegava, o vinho químico – que, apesar da repressão, era comercializado abertamente em todos os espaços da Virada Cultural – ia provocando estragos. Pelo menos três grandes focos de brigas envolvendo dezenas de pessoas antecederam a entrada do Zimbo Trio no Palco República, provocando certa dispersão. Acalmados os ânimos, o público se reajuntou e tranquilamente recebeu o clássico grupo instrumental, com Amilton Godoy ao piano, o único remanescente da formação original, agora acompanhado de Pércio Sápia na bateria e Mario Andreotti no baixo acústico. A abertura do show se deu com uma versão vibrante de "Domingo no Parque", de Gilberto Gil.
Amilton Godoy é daqueles músicos que fazem questão de se comunicar com a plateia, e já de início falou da satisfação em tocar para público tão grande. E para todas as músicas que anunciava tinha uma palavra, ora de carinho, ora contando histórias, ora elogiando os compositores. Isso aconteceu ao anunciar a execução de "Loro", de Egberto Gismonti, talvez a menos conhecida do set list da noite. Logo em seguida, veio "Arrastão", de Edu Lobo, quando Godoy aproveitou para relembrar que aquele foi um dos grandes sucessos na voz de Elis Regina e que o Zimbo Trio a acompanhou justamente nesta música nos anos 60.
Uma vibrante versão de "Disparada" (Geraldo Vandré e Theo de Barros) foi a quarta do set list, seguida da execução da recriação do mesmo arranjo de "Garota de Ipanema", como foi apresentada pelo Zimbo, pela primeira vez, há 50 anos. "Aquarela do Brasil" (de Ary Barroso) encerrou a primeira parte do show. Em seguida, subiu ao palco o convidado ilustre da noite, Raul de Souza, portando dois trombones – um tradicional, de vara, e outro criado por ele mesmo, denominado de souzabone, que tem quatro válvulas. O quarteto começou executando "Bossa Eterna” e, em seguida, "Atmosfera, ambas de Raul. O repertório foi completado com "Corcovado" (de Tom Jobim), "1 x 0" e "Lamento" (de Pixinguinha), com o virtuoso trombonista sempre revezando entre as duas versões do instrumento, tocados com excelência arrepiante. O sopro de Raul é cool, e a melodia e os improvisos se constroem aparentemente sem esforço. Para encerrar, o grupo tocou uma composição de Amilton Godoy intitulada "Batráquio", que usa o tema "Rã" (de João Donato) como música incidental e que proporcionou mais dez minutos de música e improvisos. Amilton aproveitou para dar uma leve estocada em Caetano Veloso, que ousou colocar uma "letra" onomatopaica em “Rã”. "Coisa dos baianos", brincou.
Mas o público não se contentou e queria mais. Na volta, o Zimbo Trio executou uma versão da “música mais conhecida dos paulistanos”, nas palavras de Amilton: foi a deixa para um coro de centena de vozes se embalar nos acordes de "Trem das Onze", clássico absoluto de Adoniram Barbosa.
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