Gerard Way fez uma longa despedida e afirmou que a banda acabou, mas vive dentro dele, dos outros integrantes do grupo e dos fãs
RJ Cubarrubia Publicado em 25/03/2013, às 15h07 - Atualizado às 16h23
Depois de o My Chemical Romance anunciar subitamente o seu fim, na última sexta, 22, o vocalista Gerard Way escreveu uma longa carta aberta para trazer à tona as suas reflexões sobre o término da banda.
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“Nós éramos espetaculares. Sabia disso a cada show, a cada concerto eu senti isso, com ou sem confirmação externa”, escreveu. “Houve algumas falhas, às vezes, ou eu ficava sem voz – mas, ainda assim, éramos ótimos. É essa crença que nos fez ser quem éramos, mas também outras coisas, todas elas, vitais – e, todas as coisas que nos fizeram ótimos foram as mesmas que acabaram conosco: ficção. Fricção. Criação. Destruição. Oposição. Agressão. Ambição. Coração. Ódio. Coragem. Despeito. Beleza. Desespero. AMOR. Medo. Glamour. Fraqueza. Esperança. Fatalismo.”
“Isso provavelmente soa como algo arrancado de uma revista em quadrinhos de quatro cores e é isso, mesmo. Nenhum compromisso. Nenhuma rendição. Merda nenhuma. Isso, para mim, é rock and roll. E eu acredito no rock and roll”, continuou.
O vocalista destacou um show em Asbury Park, Nova Jersey, no dia 19 de maio de 2012, como o ponto de virada. “Este é diferente – uma estranha ansiedade jorrou de mim, que eu posso apenas imaginar que é o sexto sentido que se sente nos últimos momentos de vida”, escreveu. “Minhas pupilas se reduziram a zero e eu parei de piscar. Minha temperatura corporal é gelada. Nós recebemos o aval para subir no palco.” Mas o show, daquela vez, foi de alguma forma vazio para Gerard. “Eu estou atuando. Eu nunca atuo no palco, nem mesmo quando parece, mesmo quando eu estou extremamente emotivo ou em um monólogo”, contou. “Eu comecei a ficar altamente autoconsciente, quase como se estivesse saindo de um sonho. Eu comecei a me mover mais rápido, mais frenético, descuidado – tentando sacudir isso para fora de mim –, mas tudo que isso criou foi silêncio. Os amplificadores, os gritos do público, tudo começou a desvanecer.”
Gerard está determinado em não mostrar a banda como vítima: “Para nós, adotar esse papel agora iria legitimar tudo o que os tabloides tentaram nos nomear. Mais importante, perderíamos completamente o objetivo da banda”, escreveu ele.
Ao concluir seu testemunho, expressando amor pelos colegas de banda e agradecendo muito aos fãs, Gerard foi emotivo. “Já que sou muito ruim em despedidas, eu me recuso a deixar que esta seja uma dessas. Eu vou embora com uma última coisa: o My Chemical Romance acabou. Mas ele nunca morrerá. Está vivo em mim, nos outros rapazes, e dentro de cada um de vocês. Eu sempre soube disso. E acho que vocês também”, completou. “Porque não somos uma banda – mas, sim, um ideal.”
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