O ator comenta os trabalhos nos filmes A Busca, Elysium, Serra Pelada e Fellini Black and White
Stella Rodrigues Publicado em 15/03/2013, às 13h20 - Atualizado às 18h25
O ator Wagner Moura conversou com a Rolling Stone Brasil a respeito de A Busca, filme protagonizado por ele que estreia nesta sexta, 15. A matéria está na edição 78, que já está nas bancas. Na entrevista, Wagner falou sobre a saga involuntária pela qual passa seu personagem, um médico que viaja pelo país em busca de seu filho adolescente que fugiu de casa.
Leia abaixo as perguntas e respostas que ficaram fora da edição impressa, nas quais Moura também comenta seus próximos projetos: Elysium, Serra Pelada e Fellini Black and White.
Você falou em algumas entrevistas que não teve como não se identificar com seu papel em a A Busca, por também ser pai. O horror de um pai que não consegue encontrar o filho pega uma ferida funda, gera uma identificação mais dolorosa, do que o horror de um cidadão morando em uma cidade onde o medo é tão difundido, como em Tropa de Elite ?
Um filho sumido deve ser uma das piores sensações que uma pessoa pode sentir. Casos de crianças desaparecidas hoje me emocionam muito mais porque eu sei exatamente o que o pai daquele menino está sentindo. Um minuto sem achar seu filho numa praia já é uma sensação terrível. Não dá para comparar com nada.
Como tem sido a experiência norte-americana? Elysium já está na pós-produção e agora é a vez de viver Fellini. Que tipo de “mergulho” fez para o papel?
O nosso Fellini não será exatamente o Fellini verdadeiro, até porque não se trata de uma biografia tradicional. O roteiro do Henry Bromell coloca o personagem em situações em que provavelmente o verdadeiro Fellini jamais se arriscaria. É na verdade uma comédia muito original e bem escrita. Eu estava fazendo aulas de italiano por causa do sotaque, mas o filme acabou por ser adiado. Devemos filmá-lo em algum momento esse ano ainda.
Um de seus próximos filmes é Serra Pelada. O Heitor Dhalia definiu o filme como “um faroeste misturado com filme de gângster”. Como funciona isso? Baixou o Tarantino nele?
Heitor é um diretor muito eclético, nenhum filme dele parece muito com o outro. Ele é muito talentoso e tem poder de realização fora do comum. O garimpo era uma região sem lei, as disputas de poder e a violência eram parte do cotidiano. Há muitas cenas violentas no filme, mas tudo é pano de fundo para contar uma história de amizade. De como dois grandes amigos foram para Serra Pelada perseguindo um sonho comum e de como essa amizade sobreviveu ao ouro, à ganância e à violência. O Serra será um filmaço.
Jodie Foster, sua colega no filme Elysium, fez um discurso no Globo de Ouro que rendeu bastante. Em meio às palavras dela estavam conceitos de mídia, privacidade, exposição, culto à celebridade, realities, fofoca e a própria sexualidade sendo usada como fonte de entretenimento por outros. Você viu o discurso? Como se posiciona em relação a todas as questões que ela colocou?
Não vi o discurso, mas vindo dela deve ter sido algo consistente e lúcido. Ela é das poucas que não se deixam levar por toda essa conversa mole da indústria de celebridades.
Os shows que fez com integrantes do Legião Urbana geraram muita repercussão. Você tem vontade de levar essa paixão além? Por que não uma cinebiografia?
Fizemos uma festa linda com milhares de fãs da banda. Foi das coisas mais emocionantes que eu já fiz. A ideia era fazer somente dois shows, mas quem sabe no futuro a gente não repete? Dado e Bonfá viraram dois amigos queridos e o que vivemos ali foi muito importante para nós três. Eu e Dado temos outro projeto muito divertido juntos. Tomara que dê tempo de fazer um dia.
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