Elysium - Kimberley French / Divulgação

Wagner Moura fala sobre sua primeira experiência filmando no exterior

O ator e a amiga Alice Braga, que também integra o elenco da produção hollywoodiana Elysium, mostraram dez minutos inéditos do longa para jornalistas e fãs

Redação Publicado em 09/04/2013, às 09h16 - Atualizado às 13h42

Em um evento realizado em São Paulo na noite da última segunda, 8, os atores brasileiros Wagner Moura e Alice Braga apresentaram para fãs e imprensa dez minuto de cenas absolutamente inéditas da produção norte-americana Elysium - mais um trabalho internacional dela e o primeiro dele. O longa com direção de Neill Blomkamp (Distrito 9) e estreia nacional prevista para setembro é uma ficção científica futurista ambientada em 2159. Nesse enredo, há dois grupos de pessoas: as muito ricas, que moram na Elysium, e o resto, que é obrigado a habitar uma Terra destruída e com população excessiva. O protagonista Max da Costa (Matt Damon) é um operário de fábrica que anda na linha fina entre jogar dentro desse esquema e confrontá-lo.

Já Spider, o personagem de Wagner Moura, segundo o que nos contaram as cenas e o próprio ator, é um “fora da lei”. Entre outras coisas, ele trabalha como um “coiote”, termo que hoje em dia designa pessoas que levam imigrantes ilegais para dentro dos Estados Unidos, mas que nesse contexto faz o mesmo pelas pessoas que querem adentrar Elysium. “Ele é uma mistura de revolucionário com fora da lei, hacker e coiote”, resumiu Wagner.

Alice interpreta a jovem mãe Fray, “a mocinha do filme”, conforme foi definido, e alguém com um histórico desde a infância com o personagem de Matt Damon, segundo ela. “É uma jovem mulher que a vida pressionou a amadurecer muito”, comentou. “Eu já tinha feito papel de mãe antes, mas desta vez foi um desafio maior, tinha algumas cenas muito fortes”, disse.

Oito anos depois de os atores terem trabalhado juntos em Cidade Baixa, eles mal puderam conter a rasgação de seda um com o outro durante o pouco tempo de entrevista. “Wagner arrebentou no set, os gringos ficavam surpresos porque não esperavam tudo que ele estava fazendo”, disse a atriz sobre a estreia de Wagner no exterior. “Foi importante ver um ator brasileiro muito bom mostrando ao mundo o que temos”. Wagner, sempre muito divertido, brincou que chegou lá com uma ideia para o papel e começou a colocá-la em prática. “Quando perguntei a eles se era isso que queriam, eles disseram ‘não, não era nada disso, mas está bom assim pode continuar’.”

Wagner e Alice eram ambos veteranos da ficção científica, embora admitam que não sejam tão fascinados assim pelo gênero – apreciam clássicos como Matrix e Blade Runner – O Caçador de Androides. Mas Alice serviu como um ponto de referência para esta primeira experiência de Wagner longe de casa e dos filhos por cinco meses. Em um elenco bastante internacional, o ator ainda tinha o desafio da língua. Pouco acostumado com o inglês, garantiu que na cabeça dele o personagem era brasileiro, o que tirava dele qualquer pressão relativa ao sotaque e, o que é mais importante, é algo plausível dentro da história. No mais, o ator pareceu se divertir com as novidades que um orçamento gordo traz para uma produção, Além de haver muito mais tempo para gravar, “tinha muita comida! E comida boa!”, riu ele. “E eles são obesos, né?”, brincou Alice, comentando que contratualmente os atores precisam ser alimentados de poucas em poucas horas nos sets norte-americanos.

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