A ficção científica de Neil Blomkamp (Distrito 9) esteia nesta sexta, 20, e traz também Alice Braga no elenco
Stella Rodrigues Publicado em 20/09/2013, às 08h53 - Atualizado às 09h19
Com direção do sul-africano Neil Blomkamp, Elysium, produção hollywoodiana que marca a primeira aventura estrangeira de Wagner Moura no cinema internacional (e um reencontro com a também brasileira Alice Braga, de quem é amigo desde que fizeram Cidade Baixa, em 2005), é uma ficção científica inferior a Distrito 9, excelente longa de Blomkamp que o alçou ao patamar de grande diretor. Isso porque os aspectos humanos do filme, algo muito importante de se equilibrar em uma história de futuro distópico, têm todos os elementos de novela que já conhecemos desde sempre e que apontam como será o final desde as primeiras cenas. Artifícios como um medalhão que acompanha o protagonista em todos os momentos sentimentais do longa é um bom exemplo disso. Ainda assim, o filme acerta em cheio algumas das questões mais atuais que dominam as crises internacionais.
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Em um futuro catastrófico, a Terra, destruída e poluída, além de dominada pela tecnologia e com pouco espaço para a privacidade, abriga os cidadãos pobres. Os ricos, por sua vez, tiveram a oportunidade de comprar um bilhete e se mudar para uma estação fora do planeta, Elysium, onde se refugiaram para manter um estilo de vida em casas de luxo e, o mais importante, com sistema de saúde de ponta – há scanners capazes de detectar e curar qualquer doença do corpo humano em questão de segundos.
Wagner Moura fala sobre sua primeira experiência filmando no exterior.
Alice é Frey, uma jovem mãe desesperada para tratar de sua filha, em estágio terminar de uma espécie de leucemia. Por acaso, ela reencontra um amigo de infância, que conheceu no orfanato, Max (Matt Damon), bem quando este sofre um acidente com radiação e usa isso de impulso para realizar seu sonho de infância, entrar em Elysium, onde ele encontrará a cura para sua doença e, de quebra, ajudar a filha de Frey. Moura (Spider), um sujeito de moral torta, é o homem para ajudá-lo nesta missão – na analogia feita com a fronteira Estados Unidos-México, com o México sendo a Terra e os Estados Unidos funcionando como Elysium, Spider é o “coiote”, o cara que, por uma taxa, ajuda as pessoas a entrarem ilegalmente no tão sonhado paraíso. No elenco, ainda estão Jodie Foster, como uma espécie de comandante dessa nave-satélite, Sharlto Copley, interpretando um mercenário instável a serviço da personagem de Foster, e o mexicano Diego Luna, amigo de Max que faz de tudo para ajudar a salvar a vida do amigo.
Latitudes, projeto transmídia com Alice Braga e Daniel de Oliveira, ganha primeiro trailer.
Para Alice Braga, o grande trunfo do filme é falar de assuntos importantes em uma peça de entretenimento para massas. “Não sinto como um filme pessimista, é um filme que tem uma lupa sobre a realidade social de hoje em dia”, comentou à Rolling Stone Brasil. “O Neil viveu o Apartheid por 17 anos, é um cara com uma consciência social muito forte. E ele consegue misturar entretenimento com uma mensagem sem fazer disso um filme somente político. Ele abre portas para uma discussão, só o fato de a gente estar falando disso já mostra o que o filme traz”, comenta, destacando a atualidade dos temas.
Entrevista: Alice Braga explica como conseguiu chegar confortavelmente ao mercado global de cinema.
“A questão dos planos de saúde nos Estados Unidos está super em voga, é super preocupante. Mas do jeito que ele [o diretor] desenvolve isso... é um menino que adora robô, espaçonave e o futuro. E eu falo menino porque ele tem 33 anos, é uma criança”, ri.
Estreia internacional de Wagner Moura
Com boa repercussão lá fora, a estreia no Brasil vem carregada de significado por ter dois atores brasileiros de grande destaque, sendo que foi também a primeira experiência internacional de Moura, com ótima atuação no longa. “Esse trabalho foi meio que um chutão na porta. Esse personagem que eu fiz é muito arriscado. Ele não era para ser assim. Eu arrisquei muito. Quando cheguei lá, pensava em agradar os caras. Se não, eles iam dizer para chamar outra pessoa”, ri. No entanto, Hollywood não é a preocupação maior de Wagner, no momento, que se prepara para dirigir no ano que vem seu primeiro longa, Marighella, e não tem planos concretos de voltar aos sets internacionais. “Se aquilo não me interessa, se eu acho o roteiro vazio ou o diretor sem graça, não tenho porque fazer. Eu não tenho que ter um critério tão diferente do que eu tenho aqui. Acho que eu seria muito infeliz fazendo um negócio que não me desse tesão”, completa.
“É um filme muito político”, diz Wagner Moura sobre a estreia internacional em Elysium.
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