Woody Allen quer fazer filme no Brasil

Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro confirmou o convite feito ao cineasta, afastado de Nova York devido ao alto custo de se filmar na cidade

Da redação Publicado em 29/04/2009, às 22h22

Woody Allen está de olho no Brasil para rodar um filme. Levantada desde dezembro, a possibilidade foi confirmada à correspondente do jornal O Globo.

Após filmes na Espanha (Vicky Cristina Barcelona) e na Inglaterra (Ponto Final - Match Point, O Grande Furo e O Sonho de Cassandra), o cineasta norte-americano perpetua sua "globalização" atrás das câmeras, com próxima parada na França, em 2010.

Mas sua agenda não descarta o Brasil para o ano que vem. "Recebi uma proposta de fazer um filme no país. São conversas ainda preliminares. É claro que precisaria estudar um pouco sobre o país para ver um roteiro que se adapte bem por lá", contou ao jornal do Rio de Janeiro. Se depender dele, a empreitada está de pé: "Estou interessado em fazer este filme no Brasil, se a oferta da produção seguir adiante".

Na semana passada, Allen apresentou seu trabalho mais recente, Whatever Works, no Festival de Tribeca, criado em 2002 por Robert De Niro, em reação aos atentados de 11 de setembro. O filme, com Larry David e Evan Rachel Wood encabeçando o elenco, é uma volta à Nova York, cinco anos passados desde Melinda e Melinda, realizado na indefectível Manhattan alleniana. Filmar em sua cidade-fetiche, contudo, dói no bolso, afirma Allen. Por isso, ele assegurou que continuará topando propostas mundo afora - a maior parte dos US$ 15,5 milhões do orçamento de Vicky Cristina Barcelona, por exemplo, veio do governo da cidade espanhola.

Conforme apurou o site da Rolling Stone Brasil, o convite partiu da Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, no ano passado, por meio da Rio Film Office - tida como a film comission carioca, responsável por atrair produções de fora para o Estado. Cristina Becker, à frente do escritório, afirmou que a crise econômica pode ter passado feito furacão pelo mundo, mas trouxe ventos favoráveis ao Rio, pelo menos no setor. Em uma feira de locações realizada ano passado, em Los Angeles, "o assunto do momento era como driblar os efeitos da crise, e o assunto da feira foi o Brasil" - opção mais em conta na hora de rodar um filme.

Em entrevista ao site G1 em dezembro, o empresário Cláudio Loureiro, da agência de publicidade Heads - que levou o convite à secretaria de cultura - contou que a isca para Woody, além da famosa paisagem carioca ("já imaginou essas belezas sob a lenda do Woody Allen?"), seria o patrocínio de US$ 7 milhões, ou R$ 15 milhões - valor menos polpudo do que o oferecido pelos espanhóis, em Vicky Cristina Barcelona.

Se as negociações vingarem, o cast deverá incluir elenco local, e a nova musa de Allen poderá ser uma atriz brasileira.

Rio internacional

Os Mercenários, com direção de Sylvester Stallone, completará a etapa de gravações nesta quinta, 30, em Mangaratiba, interior do Rio de Janeiro. A próxima obra de tarimba internacional a ser rodada no Estado será 11 Minutos, dirigida por Hany Abu-Assad e baseada no best-seller global, de mesmo título, de Paulo Coelho. No elenco, a paulistana Alice Braga e o norte-americano Mickey Rourke, recentemente premiado com o Globo de Ouro de melhor ator por sua volta às telonas, em O Lutador, de Darren Aronofsky.

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