Após denúncias de corrupção, Wyclef Jean, nascido no Haiti, confessa má administração da Yele Haiti Foundation, mas nega ter se beneficiado pessoalmente; "eu sou aquele que estava carregando corpos na rua", disse sobre sua conduta pós-terremoto no país
Da redação Publicado em 19/01/2010, às 12h45
Wyclef Jean voltou atrás e admitiu que sua Yele Haiti Foundation, dedicada à melhoria das condições de vida no Haiti, abalado por forte terremoto há uma semana, "cometeu erros". Ex-integrante do Fugees, Jean foi acusado de corrupção, como o uso em benefício próprio de doações - denúncia que o músico, nascido no país da América Central, havia rechaçado.
Em conferência em Nova York, segundo agências de notícia internacionais, Jean confessou a má administração de recursos doados à sua fundação. Ele insistiu, no entanto, que não foi pessoalmente beneficiado com os desvios.
A ONG ganhou visibilidade nos últimos dias, após o terremoto que destruiu parte da capital do Haiti, Porto Príncipe, e afetou regiões próximas. Por meio de torpedos no celular, a Yele Haiti Foundation arrecadou mais de US$ 2 milhões, de acordo com o jornal britânico The Guardian, e irá receber, ainda, dinheiro levantado por maratona televisiva a ser pilotada por George Clooney e Wyclef Jean, com Bono, Sting e Justin Timberlake entre os possíveis shows.
A fundação virou foco de desconfiança após reportagem do site Smoking Gun. Nela, afirmou-se que, nos últimos quatro anos, US$ 410 mil doados à instituição foram usados por Jean e seu sócio para pagar cachê, aluguel e serviços em um show beneficente em 2006 (até o final do ano passado, Yele Haiti era conhecida como Wyclef Jean Foundation). Além disso, de US$ 1 milhão doado por Angelina Jolie e Brad Pitt, mais de um terço teria sido gasto com festas relacionadas ao nome do cantor e de outros sócios. Wyclef Jean rebateu essas acusações, alegando que sua ONG tem "conta limpa", organizada por "auditor externo".
O tom mudou. "Como ONG jovem, se cometemos erros?", Jean disse na conferência em NY, realizada na segunda, 18. "Sim. Se eu usei o dinheiro da Yele para benefícios pessoais? Absolutamente não."
Jean lembrou, ainda, que fundou a organização com capital próprio. "Queria ter certeza de que a Yele não seria apenas uma fundação, mas que podia ser de fato uma ONG com base no Haiti, porque essa é a única forma efetiva de ajudar o povo haitiano."
O presidente da Yele, Hugh Locke, se disse arrependido de algumas falhas, como o atraso em impostos. O dinheiro que a instituição teria gasto para o show beneficente de 2006, garantiu, foi exclusivamente gasto em custos de produção - nada foi para o bolso do ex-parceiro de Lauryn Hill nos Fugees. Locke alegou, ainda, que deveria ter insistido para que o concerto fosse 100% patrocinado por apoiadores externos, sem precisar tirar do orçamento da Yele. Pagamentos a companhias ligadas à fundação, por exemplo, "não foram feitos com outras intenções que não ser eficiente", disse.
Jean chegou ao Haiti horas após o abalo sísmico. "Eu sou aquele que estava carregando corpos na rua. Eu sou aquele que carregou garotinhas para o necrotério. E quando eles disseram, 'não há espaço'... Nós carregamos os corpos para o cemitério", disse.
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