Em entrevista ao G1, o brasileiro Larry Pinto de Faria Jr. relembrou ataques do 11 de Setembro, que completam 20 anos em 2021
Redação Publicado em 10/09/2021, às 11h20 - Atualizado às 11h25
Em 11 de setembro de 2001, o economista Larry Pinto de Faria Jr., na época com 43 anos, trabalhava na torre norte do World Trade Center, em Nova York, quando o edifício foi atingido pelo primeiro avião dos ataques terroristas da Al-Qaeda.
Em entrevista ao G1, Larry Pinto de Faria Jr. relembrou os ataques de 11 de Setembro. Atualmente, o economista tem 63 anos, mora em São Paulo, e não esquece do atentado: "Faz 20 anos. Eu vejo isso na minha cabeça como se fosse ontem. Eu já falei bastante sobre isso, eu já comentei bastante sobre isso, mas foi uma situação, assim, terrível."
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Segundo ele, às 8h46 (horário local), momento da colisão do primeiro avião, estava atendendo um cliente no telefone quando ouviu um estrondo, sentiu sua mesa tremer e viu pela janela destroços caindo do céu. Na hora, decidiu com o colega que deveriam sair do prédio.
O brasileiro trabalhava há um ano no World Trade Center, e no momento dos ataques, estava no seu local habitual de trabalho no 25º dos 110 andares da torre norte, primeira atingida pelos ataques. O jato comercial colidiu entre os andares 93 e 99.
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"Estava no telefone com o cliente quando deu aquele baque. Foi um barulho ensurdecedor e uma pancada muito grande no edifício. Quando deu a pancada, o prédio fez um pêndulo até se ajeitar. Eu olhei para o colega que estava do lado e falei: 'vamos embora, que isto aqui vai cair'", relembrou Larry ao G1.
O economista explicou que a saída pelas escadas foi tranquila, e o espaço à esquerda foi liberado para a subida dos bombeiros. Ainda sem entender o que havia acontecido, chegou ao térreo e viu elevadores destruídos e muita água: "Antes de sair do prédio, a polícia estava nos orientando a proteger a cabeça porque estava caindo muita coisa do prédio, inclusive pessoas," afirmou.
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Enquanto saía da torre norte, um segundo avião, dessa vez comercial, atingiu a torre sul às 9h03 no horário local. O World Trade Center fica na ilha de Manhattan, e Larry morava em Nova Jersey, na margem oposta do Rio Hudson. O brasileiro tentou voltar para casa, mas devido aos ataques, as opções de transporte não estavam mais disponíveis — e enquanto tentava encontrar uma saía, viu a torre sul desabar.
"Olhei para o meu lado esquerdo e só vi a antena que tinha na ponta do World Trade Center vindo abaixo. Meu Deus, aquela hora foi um pavor. Foi o único momento, pelo menos, que eu mais tive medo, porque o prédio desabou," relembrou.
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Foi apenas após o desabamento do edifício que Larry conseguiu entrar em contato com uma amiga e entender que se tratava de um ataque terrorista da Al-Qaeda, que também sequestrou aviões que caíram sobre o Pentágono. Apenas uma hora e meia depois chegou a casa de um ex-chefe e conseguiu avisar a família que estava bem.
O brasileiro afirmou: "Falei com a minha mãe, depois falei com a minha mulher. Tranquilizei, porque eles estavam completamente sem notícias minhas. Foi um momento de tensão, eles não sabiam onde eu estava, o que tinha acontecido comigo. Foi um pavor."
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Larry conseguiu voltar para casa no dia, e relembra a grande quantidade de mensagens em sua secretária eletrônica: eram 180, principalmente de jornalistas, segundo ele. "Foi um horror a pressão. Eu tirei o telefone do fio e fiquei em casa, tranquilo. Falei com os meus filhos, que eu não tinha conseguido falar com eles ainda, e parei", explicou.
Conforme noticiado pelo G1, ao menos três brasileiros constam na lista de vítimas do atentado de 11 de Setembro: Ivan Kyrillos Fairbanks-Barbosa, Anne Marie Sallerin Ferreira e Sandra Fajardo-Smith.
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