Após receber alta de hospital, Bolsonaro citou o remédio proxalutamida como tratamento para Covid-19, mas a eficácia ainda não é comprovada cientificamente
Redação Publicado em 19/07/2021, às 14h22
Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu alta hospitalar no domingo, 18, após ficar internado para tratar uma obstrução intestinal. Na saída, o presidente indicou a proxalutamida, sem eficácia comprovada, como tratamento para a Covid-19 — e nesta segunda, 19, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou o estudo do remédio no Brasil.
Segundo anúncio da Anvisa, foi autorizado um estudo clínico do medicamento para analisar segurança e eficácia da proxalutamida na redução da infecção viral e no processo inflamatório causado pela Covid-19.
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Quando saiu do hospital, Bolsonaro disse ter lido estudos do CDC (Centro de Controle de Doenças) dos Estados Unidos, e pediu a realização de ensaios clínicos com o remédio no Brasil. O presidente também falou sobre um encontro com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para tratar sobre a droga.
Conforme divulgado pela Anvisa, o estudo de fase 3 será realizado com participantes ambulatoriais do sexo masculino com sintomas leves e moderados da Covid-19. Ao todo, são 50 voluntários: 12 em Roraima e 38 em São Paulo — e o ensaio é patrocinado pela empresa chinesa Suzhou Kintor Pharmaceuticals.
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comentou sobre o remédio nas redes sociais. O filho do presidente publicou um vídeo sobre estudos com a proxalutamida; confira abaixo:
Nova droga promissora no combate à COVID: proxalutamida
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) March 11, 2021
Pacientes graves (prestes a serem entubados) após 14 dias de tratamento
-Placebo: 47,6% morreram
-Proxalutamida: 3,7% morreram
Tempo médio de hospitalização
-Placebo: 14 dias
-Proxalutamida: 5 diashttps://t.co/o8Xqd7htGN pic.twitter.com/AWfiZFcL4a
O medicamento anti-androgênico também está em estudos para tratamento de câncer de próstata e mama, mas ainda não há comprovação científica da eficácia e segurança da proxalutamida.
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Em entrevista ao UOL, o virologista Rômulo Neris, selecionado para estudar a Covid-19 com uma bolsa da Dimensions Sciences, explicou que ainda não há aprovação para o uso do tratamento.
"Ao contrário de outras drogas estudadas contra a covid-19 como a cloroquina e a ivermectina, a proxalutamida não é um reposicionamento de um fármaco, ou seja, ele não é utilizado para tratar outra coisa e está sendo testado para a covid. Ele ainda está em fase de testes para casos de câncer de mama e próstata resistente à castração", explica. "Está na fase 3 dos testes no câncer de próstata e na fase 1 para o câncer de mama," disse.
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