Segundo o ministro Paulo Guedes, a crise institucional inflada por Bolsonaro pode afetar a economia
Redação Publicado em 10/09/2021, às 17h27
O ministro da economia Paulo Guedes admitiu que a crise institucional, inflada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pode prejudicar a situação econômica do país. A declaração foi feita nesta sexta, 10, a investidores estrangeiros.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o ministro falou sobre a crise institucional em conversa virtual com o banco Credit Suisse e transmitida pela internet para pessoas cadastradas.
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“Todo esse barulho sobre instituições e democracia pode afetar nossa bem posicionada economia, no sentido de que estamos prontos para avançar novamente? Minha resposta é que isso pode produzir muito barulho, desacelerar o crescimento. Mas não mudar a direção [da política econômica], estamos na direção correta,” disse Guedes.
Em 7 de setembro, após ameaças de golpe em declarações de Jair Bolsonaro, o mercado temeu por uma possível ruptura institucional, o que derrubou a bolsa, desvalorizou o real e elevou os juros, conforme explicou a Folha.
Além disso, os ataques Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal) durante os atos tiveram outro impacto econômico: as negociações com o STF para flexibilizar o pagamento de R$ 89,1 bilhões em precatórios previstos para 2022 foram bloqueadas. Articuladores ouvidos pela Folha afirmam não haver clima para discussão da proposta, chamada de “meteoro” por Guedes.
“Eles [ministros do STF] estavam nos ajudando, quando esse barulho veio e agora estamos de volta ao mesmo lugar de antes,” afirmou o ministro. Apesar da tensão entre Poderes, Guedes afirmou que tentará conversar com o Congresso e a Suprema Corte na segunda, 13.
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Ao comentar sobre a escalada dos preços — o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegou a 9,86% no acumulado de 12 meses nesta semana —, Guedes disse:
“A sombra da escalda de inflação está sobre nós neste momento. Acho que estamos no pior momento da inflação. Acho que vai começar a desacelerar gradualmente e encerrar o ano em volta de 8%. Entre 7,5% e 8%,” explicou.
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