Segundo o vice-presidente Hamilton Mourão, adesão da população às manifestações pró-Bolsonaro é "expressiva"
Redação Publicado em 08/09/2021, às 11h28
Após participar das manifestações de 7 de Setembro favoráveis ao governo federal, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que “não há clima” para o impeachment do chefe de Executivo Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Mourão disse que a adesão da população aos protestos convocados por Bolsonaro foi “expressiva”, portanto não haveria “clima” no Congresso para seguir com a destituição do presidente:
"Não vejo que haja clima para ao impeachment do presidente. Clima tanto na população, como um todo, como dentro do próprio Congresso," afirmou Hamilton Mourão. Segundo o vice, o governo tem maioria dos deputados, deixando menos espaço para a aprovação de um impeachment.
"Acho que o nosso governo tem a maioria confortável de mais de 200 deputados lá dentro. Não é maioria para aprovar grandes projetos, mas é capaz de impedir que algum processo prospere contra a pessoa do presidente da República", disse (via Folha de S. Paulo).
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Para Mourão, os atos representaram uma “mudança” no país: "Houve uma concentração expressiva da população brasileira (nos atos). É uma mudança. As ruas sempre foram domínios dos segmentos de esquerda."
O vice acredita ser necessário promover o diálogo entre Bolsonaro e o Judiciário: "Acho que existem cabeças ali dentro que entendem que isso foi além do que era necessário. Conversando a gente se entende."
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"Na minha visão existe um tensionamento, principalmente entre o Judiciário e o Executivo. Eu tenho a ideia muito clara que o inquérito que é conduzido pelo Moraes não está correto. O juiz não pode conduzir o inquérito. Acho que tudo se resolveria se o inquérito passasse para mão da PGR e acabou", continuou.
Apesar de Mourão se posicionar a favor das manifestações pró-governo federal realizadas na terça, 7 de setembro, a relação entre o vice e Bolsonaro está instável há alguns meses, segundo O Globo.
Em julho, Bolsonaro comparou o vice Mourão a um cunhado que “precisa aturar”. Em entrevista à rádio Arapuan (PB) na época, deu as declarações que potencializaram o atrito entre os dois.
"O Mourão faz o teu trabalho. Ele tem uma independência muito grande, por vezes atrapalha um pouco a gente, mas o vice é igual cunhado: você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado. Você não pode mandar o cunhado ir embora," disse Bolsonaro. Questionado sobre as declarações do presidente na época, o vice respondeu “sem comentários”.
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Mourão também afirmou que não seria mais chamado a reuniões com Bolsonaro. Ainda, enquanto o presidente ameaçou não realizar eleições caso o voto impresso não fosse instalado, o vice disse: “Lógico que vai ter eleição (mesmo sem voto impresso), pô. Quem é que vai proibir eleição no Brasil?”
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