Segundo levantamento do MapBiomas, 1,67 milhão de km² do território brasileiro pegou fogo ao menos uma vez em 36 anos
Redação Publicado em 16/08/2021, às 12h02
Série do MapBiomas divulgada nesta segunda, 16, apontou que quase 20% do território brasileiro (1,67 milhão de km²) pegou fogo ao menos uma vez entre 1985 e 2020. Segundo reportagem do O Globo, o levantamento também indicou que o país queima em média 150 mil km² ao ano — área maior que a Inglaterra.
O relatório afirma que a maior parte do fogo (65%) aconteceu em áreas de vegetação nativa. Cerrado e Amazônia, por exemplo, 85% de todo território brasileiro queimado. Para a realização do MapBiomas, projeto colaborativo de universidades, empresas de tecnologia e ONGs, foram utilizadas imagens de satélites e inteligência artificial.
Em entrevista ao O Globo, Ane Alencar, Coordenadora do MapBiomas Fogo explicou o avanço do fogo sobre o território brasileiro: “Cerca de 61% das áreas afetadas pelo fogo entre 1985 e 2020 foram queimadas duas vezes ou mais, ou seja, não estamos falando de eventos isolados. No caso da Amazônia, 69% do bioma queimou mais de uma vez no período, sendo que 48% queimou mais de três vezes.”
A cada ano, Brasil queima área maior que a Inglaterra https://t.co/srHD0VvAI2
— mapbiomas (@mapbiomas) August 16, 2021
Segundo o levantamento, 57% do Pantanal foi queimado pelo menos uma vez nos últimos 36 anos. O segundo bioma com maior destruição é o Cerrado, com 36%. A Amazônia teve 16,4% do seu bioma atingido pelo fogo.
Quando se analisa a média anual de território destruído, o Cerrado é o bioma mais atingido, com 67 mil km² queimados por ano desde 1985. Vera Arruda, integrante do MapBiomas Fogo, falou ao Globo sobre a situação:
“O Cerrado é um bioma com vegetação nativa onde o fogo faz parte de sua ecologia, entretanto a extensão e frequência da área queimada no bioma nas últimas quase quatro décadas revela que algo está errado com o regime de fogo no bioma,” refletiu.
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Segundo o levantamento, a destruição dos biomas tem seu papel no aumento do território queimado. Em março de 2021, após seis anos, o Brasil bateu recorde de desmatamento na Amazônia para o mês — e isso ocorre em meio ao sucateamento do Ibama.
O órgão tem apenas 26% de analistas necessários para fiscalização, mas a dificuldade interna é maior. Segundo a Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (CGGP) do Ibama, o Instituto preencherá em 2022 menos de 50% das vagas previstas para o órgão.
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