- Assembleia-Geral da ONU em 2021 (Foto: John Angelillo-Pool/Getty Images)

Talibã quer fazer discurso em Assembleia-Geral da ONU; grupo nomeou representante

O grupo extremista voltou ao poder no Afeganistão e quer reconhecimento internacional

Redação Publicado em 22/09/2021, às 11h31

O Talibã, grupo extremista que assumiu novamente o poder no Afeganistão, pediu espaço para o chanceler Amir Khan Muttaqi discursar durante Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que acontece até segunda, 27. Uma carta com o pedido foi enviada na segunda, 20, ao secretário-geral da ONU António Guterres.

Segundo reportagem do Estadão, o grupo quer ter legitimidade internacional, e para isso também nomeou seu porta-voz baseado em Doha, Suhail Shaheen, como embaixador do Afeganistão na ONU.

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O pedido para discursar no evento da ONU foi feio em nome de Amir Khan Muttaq — e o porta-voz do secretário-geral da ONU e ex-Primeiro-Ministro de Portugal, António Guterres, confirmou o recebimento da correspondência.

As ações do Talibã são uma tentativa de ganhar legitimidade internacional que, segundo o Estadão, ajudaria o país a receber ajuda humanitária e fundos em investimentos internacionais. No entanto, a violação dos direitos humanos no país, principalmente relacionados às mulheres, é um grande ponto de preocupação da ONU — que denunciou restrições impostas pelo grupo. 

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Ainda, o Talibã tem um conflito com Ghulam Isaczai, atual representante do país na ONU e nomeado pelo ex-presidente do país, Ashraf Ghani. O político fugiu do Afeganistão após o grupo tomar o poder em 15 de agosto de 2021.

Na carta, o grupo afirma que a missão de Isaczai "é considerada encerrada e que ele não representa mais o Afeganistão". Enquanto não há uma resposta do secretário-geral da ONU, o porta-voz permanece da cadeira com discurso marcado no evento para 27 de setembro.

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Em entrevista ao New York Times (via Estadão), Shah Mahmood Qureshi, chanceler do Paquistão, país vizinho ao Afeganistão, disse que o pedido do Talibã para discursar na ONU com um novo porta-voz é “complexo”:

“Quem ele representa? A quem ele se reporta? Que tipo de comunicação você pode ter com uma pessoa na ONU que não tem reconhecimento? É uma situação complexa e que está em andamento,” afirmou.

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