O festival começa nesta sexta, 27, no Parque Olímpico, com uma programação repleta de artistas do universo do hip-hop e talentos da nova geração da música brasileira
Nicolle Cabral Publicado em 27/09/2019, às 08h00
Com certeza, há quase quatro décadas, quando o Rock In Rio ganhou a primeira edição em 1985, ninguém poderia imaginar que a atração principal do primeiro dia do festival, seria um rapper. Afinal, a cultura do hip-hop estava passando por um processo de construção nos Estados Unidos e veio chegar ao Brasil, de fato, lá pelos anos 1990.
Mas aqui estamos em 2019, depois muitos tropeços - e ainda há muito o que caminhar - para dar a atenção necessária a quem movimenta um dos gêneros, atualmente, mais populares do mundo.
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Sendo assim, o Rock in Rio, nesta edição, decidiu desafiar o público conservador que aclama há décadas o festival a quebrar os estereótipos fomentados durante esses anos para trazer um dos nomes que, claro, se encaixa mais nas ondas das rádios - assim como boa parte dos outros headliners presentes no festival -, mas também para se aproximar dos fãs brasileiros que sofrem com a falta de apresentação de rappers gringos no Brasil.
Por isso, buscaram a fórmula ideal para romper, mesmo que de forma tímida, essas barreiras com a primeira vinda de Drake ao país. Com mais de 34 músicas no Top 10 da Billboard, e 639 indicações a prêmios, entre eles, Grammy Awards, Billboard Music Awards, e outros, o rapper canadense se apresenta como headliner nesta sexta, 27, à 0h15.
Depois da Cardi B, que se apresentaria no mesmo dia que o canadense, cancelar a participação e ser substituída pela cantora pop, Ellie Goulding, os fãs, já acostumados com esse tipo de acontecimento, também duvidaram da vinda oficial do rapper.
No início da semana, os boatos de que o show de Drake também seria cancelado tomou conta dos trends topics do Twitter e fez com a equipe por trás do site de agenda de shows do artista - que não era atualizado desde abril - ganhasse um flyer especial para a chegada dele no Rock in Rio.
Se você lembra de ter ouvido incansávelmente a música “Hotline Bling” nas rádios, é possível que escute a faixa na Cidade do Rock (localizada no Parque Olímpico) também. Entre esse sucesso que integra o álbum Views, lançado em 2016, os setlists mais recentes anunciam que Drake passará por boa parte dos álbuns da carreira, entre eles Scorpion, lançado em 2018, You're Reading This It's Too Late, e More Life.
Em um levantamento feito em torno das apresentações do artista no último ano, é possível que as faixas abaixo apareçam no show:
1. 8 Out of 10
2. Mob Ties
3. Started From the Bottom
4. Jumpman (Cover Drake & Future)
5. Know Yourself
6. Elevate
7. Both (Cover Gucci Mane)
8. Going Bad(Cover Meek Mill)
9. Energy
10. Emotionless
11. Yes Indeed (Cover Lil Baby )
12. Crew Love
13. Gyalchester
14. Trophies
15. HYFR (Hell Ya Fucking Right)
16. The Motto
17. Walk It Talk It (Cover Migos)
18. Blessings (Cover Big Sean)
19. Peak
20. Passionfruit
21. That's How You Feel
22. Controlla
23. Work (Cover Rihanna)
24. Jaded
25. Hotline Bling
26. One Dance
27. MIA (Cover Bad Bunny)
28. Nice for What
29. Look Alive (Cover BlocBoy JB)
30. Fake Love
31. In My Feelings
32. Sicko Mode (Cover Travis Scott)
33. Nonstop
34. God's Plan
35. I'm Upset
Dos 7 dias de maratona até o festival - e dentro dele -, apenas 3 tem os ingressos esgotados, e o dia do rapper está incluído no pacote.
Para os demais dias restantes, os ingressos custam R$ 525, tendo a opção de meia-entrada 15% de desconto para os clientes do banco Itaú. As entradas disponíveis estão sendo vendidas no site do evento.
Além da energética apresentação de hits de Drake, o festival que começa nesta sexta, 27, tem mais atrativos para os fãs do gênero hip-hop e de artistas que flertam com ele. Um dos destaques é a aparição sublime de Xenia França no Palco Sunset às 21h20 no show de Seal.
Veterano no Brasil, o britânico apresentará os ritmos do Soul e R&B, com um setlist baseado nos grandes sucessos e no álbum mais recente, Standars, lançado em 2017. Durante o show, a baiana Xenia vai mostrar o por que é uma das grandes revelações da música brasileira com sua potência vocal e musicalidade regada a jazz, samba-reggae e R&B.
Antes da dobradinha, no mesmo palco, às 19h05, Mano Brown dá as boas-vindas e pede para que você se sinta bem com o Boogie Naipe. Ao lado do ilustre baixista americano, Bootsy Collins, o líder do Racionais MCs apresenta a própria viagem na black music brasileira com um groove inconfundível que resultou no projeto solo lançado em 2016.
Como já havíamos apontado sobre a chegada do rap no Rock in Rio e a importância desse acontecimento para a ascensão do gênero, às 16h55, a apresentação tripla e energética de Karol Conká, Linn da Quebrada e Gloria Groove tomam o palco Sunset. As artistas prometem uma celebração da diversidade e da música negra. É bom ficar de olho nesta apresentação.
No Espaço Favela, o brilho e rebolado fica com o comando de Heavy Baile com MC Carol e Tati Quebrabarraco às 20h10. A união do funk carioca e dos beats eletrônicos vão promover um encontro imperdível de empoderamento e musicalidade da periferia. Além de outras atrações refrescantes como a rapper Gabz, às 18h40, e a girl band, ABRONCA, às 16h no mesmo palco.
Como é possível ver, de longe, esse não é o dia pop do Rock in Rio. Mas tem pop para quem quer pop.
E é claro que se voltamos a falar sobre Top 10 nas rádios, não podemos esquecer da cantora britânica, Ellie Goulding, que se apresenta no palco Mundo, às 22h25, antes do Drake, com os álbuns Halcyon Days e Delirium, uma das faixas presentes no álbum, “Love Me Like You Do”, fez parte da trilha sonora do filme Cinquenta Tons de Cinza. Pela segunda vez no Brasil, a cantora faz a estreia no Rock in Rio.
Além dela, para quem curte artistas com grandes colaborações e composições do mundo pop não pode perder o show de Bebe Rexha. Autora dos sucessos "The Monster", de Eminem e Rihanna, “Some Girls” da Madonna e “Hey Mama” do David Guetta, ela se apresenta no palco Mundo às 20h15. Em entrevista para à Rolling Stone Brasil, Bebe revelou amar a cantora brasileira de pop, Anitta, e quer colaborar com Drake.
Os maiores destaques do primeiro dia ficam com as atrações citadas acima, mas a extensa curadoria do Rock in Rio nos leva às outras áreas de imersão musical e artísticas como os palcos New Dance Order, que soma 64 atrações dedicadas a cena eletrônica ao longo dos sete dias de festival, o espaço Rock Street Ásia, uma rua de 200 metros com apresentações vindas diretamente do Oriente, o Rock District, espaço inspirado em Hollywood, na Calçada da Fama, com as marcas das mãos de todos os astros que passaram pelo Palco Mundo do festival e o palco Supernova, que no início de setembro, ganhou 35 novos shows.
Tem coisa demais, então aproveita que ainda é o primeiro dia para se organizar e ler as nossas dicas de sobrevivência, como chegar e o que levar para curtir o festival.
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