Sétimo disco de estúdio do projeto solo de Brendon Urie, Viva Las Vengeance conta com 12 faixas ao todo
Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 19/08/2022, às 07h00
Anteriormente uma banda e agora projeto solo de Brendon Urie, Panic! at the Disco lançou o disco Viva Las Vengeance nesta sexta, 19, cuja sonoridade e letras genéricas trazem resultado mediano (enquanto tinha bastante potencial). Esse é o sétimo álbum de estúdio do grupo originário de Las Vegas.
Com letras batidas sobre amor e “viver o momento,” Urie realmente brilha (além dos vocais sempre impecáveis) no disco quando traz um olhar e reflexão do passado, fala sobre problemas com drogas, solidão na estrada e a busca incessante por fama. Além disso, o vocalista aproveita para falar sobre os ex-colegas de banda (Jon Walker, Ryan Ross e Spencer Smith), que decidiram abandonar o projeto para seguir outros caminhos, de forma indireta.
Boa parte de Viva Las Vengeance tem letras nada criativas e uma sonoridade que pareceu retirada de uma propaganda de televisão qualquer, mas o disco reverte isso em alguns momentos com letras mais complexas e um som próprio e característico, com guitarra e piano marcantes, por exemplo.
O próprio nome do trabalho é uma referência à icônica frase “Viva Las Vegas.” Porém, ao invés de celebrar a cidade onde Panic! at the Disco foi criada, Viva Las Vengeance se aproxima de uma tradução para “Vida Longa à Revanche.”
A primeira faixa, a qual leva o mesmo nome do disco, dita o tom da obra: volta ao passado, conflitos (internos e com ex-integrantes da banda) e relação com drogas em uma indústria musical cheia promessas vazias e sonhos devastados. Mesmo com sonoridade comercial, “Viva Las Vegas” se salva pela letra com um lado mais sombrio de Brendon Urie.
No entanto, a qualidade começa a cair com “Don’t Let The Light Go Out,” uma balada romântica repleta de frases-feitas, falando sobre amor com analogias à “droga favorita” de Urie. Versos como “oh me***, você está beijando meu pescoço, beijando meu peito / Agora eu me lembro porque nos apaixonamos / Fumaça quente, parece que acabamos de nos conhecer, lábios que não consegui chutar / Querida, querida, você é minha droga favorita” chegam a constranger.
Logo em seguida, amor volta a ser debatido, mas, desta vez, o cantor lamenta o fim do relacionamento - e com expressões comuns e batidas mais uma vez. “Quem vai me levar para casa esta noite? / Quem vai discutir até ganhar a luta? / Você é o único que sabe como operar / Meu maquinário pesado.” Isso se repete com “Sugar Soaker,” “Something About Maggie” e “Do It To Death.”
Com “Local God,” Viva Las Vengeance se redime um pouco: Brendon Urie relembra a infância e um “Deus local” que fracassou na música (talvez, essa menção possa ser ao guitarrista Ryan Ross). Além disso, o cantor comenta quando Panic! at the Disco assinou contrato com a gravadora Fueled By Ramen no início da carreira, antes mesmo de fazer um show - e foram duramente criticados por não seguir o caminho “tradicional” de crescimento de uma banda.
+++LEIA MAIS: Local God: Panic! At The Disco lança single inédito [VÍDEO]
Fama volta a ser assunto em outras músicas, como “Star Spangled Banger” e “Say It Louder,” mas o destaque vai para “God Killed Rock And Roll,” a qual exalta as imagens de rockstars, seja em pôsteres e inspiração para outros, no imaginário de jovens. Urie até opina que Deus matou o rock, porque não temos mais figuras como Robert Plant e Jimmy Page.
Com bastante fama pelo mundo e casos e descasos de amor, algo que pode ser recorrente é a solidão, descrita de ótima maneira em “Sad Clown” e “All by Yourself,” e como isso pode afetar o presente e futuro de cada pessoa.
Com Viva Las Vengeance, fica difícil imaginar um cenário no qual a banda volta ao auge musical. É complicado comparar esse trabalho ao passado (não tão distante) repleto de hits, como “This Is Gospel,” “House of Memories,” “High Hopes” e “I Write Sins Not Tragedies,” mas, caso Brendon Urie volte as canções à essência do que deu certo anteriormente, Panic! at the Disco poderá ressignificar sua grandeza.
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