Co-headliner do festival, o grupo norte-americano mostrou a potência das canções escritas há quase uma década
Nicolle Cabral Publicado em 06/10/2019, às 00h46 - Atualizado às 23h14
Em 2014, Imagine Dragons se apresentou no Lollapalooza no final da tarde. Na época, a faixa “Radioactive”, presente no álbum de estreia Night Views, já havia virado o hit - que perdurou por 87 semanas no Top 100 da Billboard - e colecionava milhões views no YouTube.
No ano seguinte, lotaram o Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, com a turnê solo. Desde então, consagraram o posto de banda de “rock de arena”.
Neste domingo, 6, último dia do Rock in Rio, os norte-americanos subiram ao Palco Mundo como co-healiners, e Dan Reynolds, que lidera o grupo, regeu o público como um frontman com discursos emocionantes sobre depressão, a morte do melhor amigo e da namorada do irmão, diversidade - com a bandeira ícone do movimento LGBTQ+ ao fundo -, igualdade e deu espaço para pequenas jams entre as faixas como interlúdio.
"Você são livres para serem vocês", pontuou durante a apresentação em alusão às cores representativas da comunidade LGBTQ+.
Com cerca de 25 músicas no repertório pinçadas entre os três discos de estúdio, a banda de rock sustentou a animação do público desde o início da apresentação - extensa, por sinal - com “Believer”, de Envolve, lançado em 2017 (um ano depois do repeteco no Lollapalooza Brasil). O disco citado é embalado no ritmo do pop dos anos 1980, folk e rap.
Agora, em 2019, Imagine Dragons celebra dez anos na estrada. Formada por Reynolds, Wayne Sermon, Ben McKee e Daniel Platzman, o grupo coleciona um Grammy e nove prêmios pela Billboard. Mesmo com barulhento sucesso, o líder proferiu durante o show que “não fazemos isso por Grammys, fazemos para estarmos no palco aqui com vocês.”
As letras sobre superação, amor e depressão, fazem com a identidade do público colado na grade seja claro. E a razão dos coros nos refrões também. Entre as canções, incansável, Reynolds abria espaço para discursar sobre a importância de falarmos sobre saúde mental.
O vocal ardente do líder, guitarras e pedais de bateria são a marca registrada e acompanham a energia de hitmaker que o grupo possui. “Hear Me”, “Thunder”, “Demons” e, claramente, “Radioactive”, foram os pontos altos do show, além dos discursos motivacionais do vocalista.
Com a estreia no Rock in Rio, o grupo se consolida então, como uma das vozes da geração atual, calcada pela depressão e bombardeada por aprovação, e abraça os fãs com um consolo cantado.
O festival encerra neste domingo, 6, com Muse no Palco Mundo. Durante os sete dias de evento, a Cidade do Rock, localizada no Parque Olímpico do Rio de Janeiro recebeu 14 horas de shows por dia e nove palcos.
A Rolling Stone Brasil está no Rock in Rio 2019 a convite da Natura Musical
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