No meio de um line-up voltado para o pop mainstream, os veteranos fizeram um dos melhores shows do festival inteiro, mas que poucos pararam para ver
Igor Brunaldi Publicado em 06/10/2019, às 22h32
Até agora o público do Rock in Rio 2019 está à procura do motivo para terem colocado o King Crimson como a última atração do Palco Sunset, na etapa final do festival.
Em um dia em que tocaram Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Nickelback, Imagine Dragons e Muse, o grupo formado em 1969 e veterano de um gênero pouco popular, soou obviamente deslocado do resto desses monstros das rádios mainstream.
Mas eles não estavam lá para provar nada a ninguém.
Meticulosos e com três baterias posicionadas à frente do resto da banda, fizeram uma apresentação hipnótica para quem se entregou aos tempos quebrados, métricas inquietas e solos de guitarra que surgem sem aviso prévio e se vão com a mesma improbabilidade.
Com a menor setlist de todo o Rock in Rio 2019 (o que não quer dizer mais curta, já que cada música tem a duração de pelo menos três convencionais), faixas como “Red”, “Neurotica”, “Epitaph” e “21st Century Schizoid Man” uivaram como um tufão de vento inesperado que balança os galhos pouco folheados de uma árvore no outono.
Infelizmente, poucas pessoas presenciaram essa aula de rock progressivo lecionada pelo King Crimson.
A Rolling Stone Brasil está no Rock in Rio 2019 a convite da Natura Musical
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