Irresistivelmente pegajosas, descaradamente inautênticas, sexy com consciência – as músicas de boy band são as mais fabulosamente pré-fabricadas de todos os gêneros. Dos Monkees ao One Direction, passando pelo Take That, Jackson 5 e Backstreet Boys, veja a seguir as dez melhores canções de boy band em todos os tempos.
“Story of My Life” mudou o curso musical do grupo do X-Factor. O terceiro álbum deles, Midnight Memories (2013), trouxe os garotos não apenas coescrevendo as canções, mas também explorando aspectos do hair metal do Def Leppard, do power pop do Big Star e do folk rock do Mumford & Sons. “Story of My Life” foi claramente a estrela, contando com riffs de guitarra de pop adulto e vocais em alta tonalidade. Os integrantes, amadurecidos, encontraram uma maneira elegante de ingressarem juntos na vida adulta.
Esta faixa chiclete é o segundo single de Hangin' Tough, do New Kids on the Block, e ela mostra a habilidade de Jordan Knight em incorporar um crooner de R&B. É um hit um tanto improvável, basicamente por ter muito “espaço”: baixo e bateria são esparsos, os teclados aparecem apenas quando são absolutamente necessários e a voz de Knight carrega tudo com uma onda de paixão e fascínio (sem contar a camiseta do Bauhaus que ele usou no clipe da música).
Em 1995, uma simples história sobre um coração partido era suficiente para elevar o Take That de obsessão adolescente no Reino Unido a estrelas internacionais. Com os garotos aparecendo sofisticados em ternos Versace para a capa do single, “Back For Good” significou uma nova maturidade para a banda – o que desapontou os fãs mais antigos do TT. O NME chegou a classificar a faixa como “muito cheia de classe”. Mas é incerto que o retorno do Take That em 2006 teria sido o sucesso que foi sem que “Back For Good” tivesse preparado o caminho, guiando os fãs adolescentes a se tornarem um público pop adulto.
O Jackson 5 terminou de gravar o álbum de estreia, Diana Ross Presents the Jackson 5, em agosto de 1969. Antes de o mês chegar ao fim, eles já estavam de volta o estúdio: o single principal “I Want You Back” era um sucesso certo e Berry Gordy precisava de uma sequência pronta. Consequentemente, “ABC” foi o single que tirou “Let It Be”, dos Beatles, do topo das paradas menos de sete meses depois. Para o pré-adolescente Michael Jackson, era excitante só assistir ao time de compositores que a Corporation contratou criarem as partes da canção.
“Estamos putos – é isso”, disse Justin Timberlake à Rolling Sonte EUA pouco depois do lançamento de No Strings Attached, em 2000. “Somos garotos brancos irritados e que não têm suporte”. A pancada inicial do 'N Sync, “Bye, Bye, Bye” continua sendo a faixa definitiva do grupo: um desabafo de quatro minutos com grandes ganchos, harmonias bem azeitadas e propósitos subjetivos.
Os compositores suecos Andreas Carlsson e Max Martin ainda estavam melhorando o inglês deles quando apareceram com os versos “You are my fire/The one desire”. “A letra realmente não diz nada”, admitiu Carlsson posteriormente. Na época, a gravadora achou por bem contratar mais um compositor para a faixa, mas os Backstreet Boys preferiram a original e a gravaram como “I Want It That Way”. Os dois compositores, então, deram o toque final: “A última coisa acrescentada foi [a linha de guitarra inicial] ‘ba-do-do-ba-do-do-do’, que era tipo um riff do Metallica – algo que estava fora de cogitação para a cena de boy band da época.”
Qual foi o single mais vendido no ano de “Strawberry Fields Forever”, “Light My Fire” e “Respect”? A resposta é uma versão feita por uma banda de uma sitcom de TV para uma música de Neil Diamond. Diamond havia feito a faixa com o cantor country Eddy Arnold em mente e, após ouvi-la, o guitarrista dos Monkees Michael Nesmith disse ao executivo Don Kirshner que ela não seria um hit. Nesmith estava felizmente enganado: a canção é tão pegajosa que 35 anos depois, até o Smash Mouth conseguiu colocar uma cover dela no top 40.
O Bay City Rollers tinha a intenção de marcar a estreia deles nos Estados Unidos com o hit nos Reino Unido “Love Me Like I Love You”, mas o chefe deles Clive Davis insistiu que eles lançassem “Saturday Night”. O grupo escocês talvez não tenha chegado ao tamanho que a alcunha de “novos Beatles” sugeria, mas a música – parte composta por Gary Glitter, parte por Frankie Valli – tornou-se a nova mais vendida da gravadora.
“'I'll Be There' foi realmente nossa música de ruptura”, Michael Jackson, que não sabia o que era um cravo até ouvir a demo da canção, escreveu em sua biografia. “Foi a música que disse: ‘Estamos aqui para ficar’”. Na balada, o jovem cantor tem a performance mais impressionante entre os pré-adolescentes. Gravada no meio de 1970, “I'll Be There” chegou ao primeiro lugar das paradas logo depois, tornando-se não apenas o quarto single do Jackson 5 a conseguir tal façanha naquele ano como também a música da Motown mais vendida em todos os tempos.
Claro, os agudos das guitarras no primeiro single do Jackson 5 pela Motown os fazem soar como estreantes descontraídos e despretensiosos, e o ritmo do baixo é uma das apropriações mais próximas da batida do coração no pop. Mas o verdadeiro herói de “I Want You Back” é Michael Jackson, ainda um pré-adolescente, mas abençoado com uma voz e habilidade interpretativa que poderia transformar a tentativa de reaver um romance em algo visceral e cheio de alegria. Os saltos de oitava promovidos por Jackson transformaram-no em um astro tão cedo quanto a música foi prensada em vinil.