Todo mundo tem uma opinião sobre a qualidade do The Office norte-americano, mas poucos negam que depois de seis temporadas de boa audiência, as coisas começaram a decair. Talvez tenha sido quando Jim e Pam se casaram, acabando com qualquer tensão sexual. Ou talvez quando Steve Carrell abandonou a série em troca de pastos mais verdes (os filmes). De qualquer forma, a NBC deveria ter colocado um ponto final três temporadas antes.
Happy Days inventou a expressão “jumping the shark” [pulando o tubarão], termo usado quando uma série chega a um ponto no qual, criativamente, está acabada. Para Richie, Fonzie e a gangue, foi durante a estreia da quinta temporada, quando Fonz literalmente pulou por cima de um tubarão enquanto praticava esqui aquático. Happy Days, uma série originalmente calcada na nostalgia pelos anos 50 de Eisenhower, continuaria por outras cinco supérfluas temporadas.
Quando ER estreou em 19 de setembro de 1994, era focada nos quatro estrelas em ascenção – George Clooney, Anthony Edwards, Noah Wyle e Juliana Margulies – e se tornou um hit por conta do incrível roteiro e a química do elenco. Mas quando a série acabou quinze (!) anos depois, tudo estava muito diferente. Clooney e companhia tinham ido embora havia muito tempo e, na última temporada, John Stamos era o ator principal. Sério. John Stamos.
Weeds tinha tudo para dar certo: um elenco carismático liderado pela vencedora do Globo de Ouro Mary Louise Parker e histórias interessantes sobre amor e maconha. Mas quando os personagens se mudaram para Seattle, para Michigan, depois Nova York e, finalmente, Connecticut, a série se tornou irreconhecível.
Como muitos programas na lista, The O.C. foi de sexy e empolgante para algo completamente diferente conforme os roteiristas ficaram sem assuntos para explorar. A história foi ficando mais louca e boba, chegando ao fundo do poço quando a personagem Marissa, de Mischa Barton, foi morta.
Quando Heroes estreou, em setembro de 2006, foi o hit instantâneo de que a NBC desesperadamente precisava. Os Estados Unidos foram cativados pela história misteriosa, que rendeu a famosa frase, “Salve a líder de torcida, salve o mundo”. Infelizmente, a única coisa que precisava ser salva era o enredo, quando os roteiristas não conseguiram construir a série em volta da insana história original.
Duchovny conseguiu a façanha de aparecer na lista duas vezes, só que com Californication ele teve o azar de continuar com a série. O que foi uma vez uma série legal e ousada é agora uma imitação cansada da temporada de estreia, que foi ao ar em 2007. Ainda mais escandaloso, Duchovny, que interpreta o mulherengo da série, foi para a reabilitação por vício em sexo durante as gravações.
A resmungona favorita do mundo todo era unanimidade nos anos 80. Infelizmente, Roseanne durou até 1997, e os últimos episódios foram se tornando cada vez mais estranhos, culminando na estreia da nona temporada, na qual a família ganhou na loteria.
Bewitched (ou A Feiticeira) sofreu do mesmo problema que The Office, ER e The X-Files - a partir do momento em que o personagem principal sai – a série vira uma merda. Em um dos primeiros casos desse tipo de ocorrência, Darrin (Dick York), o marido da protagonista, foi substituído por Dick Sargent na sexta temporada. Bewitched perdeu a magia e nunca a recuperou.
No começo dos anos 60, os Estados Unidos piraram com Andy Griffith, Don Knotts e o humor de cidade pequena. O empenho deles tornou The Andy Griffith Show um enorme hit nas cinco primeiras temporadas. Mas quando Jack Burns substituiu Knotts, o nível da série caiu mais rápido do que um ladrão tentando escapar de Mayberry.
True Blood é outro exemplo de série que começou muito bem, mas se esgotou rápido. Estreando em 7 de setembro de 2008, era a coisa mais legal da TV – até deixar de ser. O enredo cansativo se estendeu por seis temporadas, e quando foi renovada, em setembro, para uma sétima, muitos se perguntaram: por quê?
90210 - que não tem nada a ver com o original, Beverly Hills, 90210, apesar de ter adotado uma parcela do nome – foi uma lição sobre o que acontece quando um roteiro cansativo e um elenco tedioso se juntam. Como isso durou cinco temporadas é um mistério até para os maiores fãs.
A química entre as cinco donas de casa originais – Teri Hatcher, Felicity Huffman, Marcia Cross, Eva Longoria e Nicollette Sheridan – era o que fazia da série ótima. Foram os roteiristas que ficaram desesperados, contudo, quando a história pulou cinco anos na estreia da quinta temporada.
O que mais pode ser dito a respeito de Glee, uma série que, assim como True Blood, começou empolgante e agora... bem, não é mais? Desesperadamente tentando continuar relevante, Glee passou por alguns imprevistos, sendo o mais relevante deles a morte de um dos astros da série, Cory Monteith. Mas o programa deveria ter acabado depois que o núcleo principal do elenco original se formou. Em vez disso, a rotina de canto e dança envelheceu, e o novo elenco – recrutado para dar nova vida à série – fez exatamente o contrário.
Falando em Glee, Ryan Murphy, criador da série, estava por trás de outro programa que durou tempo demais. Nip/Tuck, um queridinho da crítica quando estreou, em julho de 2003, durou sete temporadas, mas perdeu o brilho depois da quarta. A linha que divide melhor as fases foi traçada na mudança da série de Miami para Los Angeles, tornando as últimas duas temporadas insuportáveis de assistir.
Esse vídeo diz tudo: chega! Episódio depois de episódio com a mesma estrutura, a série chegou à nona (e última) temporada – uma sábia decisão que qualquer mãe certamente aprovaria.