Por Paulo Cavalcanti
Até agora, a franquia Star Wars rendeu duas trilogias – uma, com os filmes originais e a outra, com a prequel. No momento, Star Wars: Episódio VIII - Os Últimos Jedi, o segundo da terceira trilogia, se encontra em produção. Aqui, uma breve análise de todos os filmes da saga criada por George Lucas.
Dirigido por George Lucas
Este foi o filme que começou tudo e introduziu todo o universo da saga, além de apresentar personagens que se tornaram parte integral do folclore e da cultura pop. Foi um verdadeiro divisor de águas: se não fosse por este filme, a industrial cultural e vida das pessoas seriam diferentes. Mas não foi apenas o triunfo da tecnologia e de uma nova linguagem cinematográfica que fez de Star Wars um fenômeno. Lucas mostrava que ainda precisávamos da eterna luta do bem contra o mal, e a mensagem foi captada pelo público de forma imediata.
Dirigido por Irvin Kershner
Para uma boa parcela dos fãs, este ainda é o melhor filme de toda a saga. O inglês Irvin Kershner era um diretor superior a Lucas. Ele mantém rota com foco e vigor. Surpresas e revelações vêm e vão a cada instante. O longa tem momentos memoráveis, como Luke Skywalker aprendendo a ser Jedi com o Mestre Yoda, a batalha no planeta gelado Hoth e a luta de sabre do herói com o vilão Darth Vader. O filme termina com o lado negro da Força triunfando. Nunca mais a série teria este tipo de ambiguidade moral.
Dirigido por George Lucas
No capítulo final da primeira trilogia, os Rebeldes comandados por Luke Skywalker finalmente triunfam sobre as tropas de Darth Vader e no meio disso ainda têm que enfrentar um outro vilão asqueroso, Jabba The Hut. Comparado ao deslumbre de Guerra nas Estrelas e ao tom sinistro de O Império Contra-Ataca, O Retorno do Jedi se mostrou mais convencional – os bichos “fofos” chamados Ewok receberam muito espaço e havia uma profusão de sorrisos e abraços no final do filme.
Dirigido por George Lucas
Quando se trata do primeiro capítulo da prequel, as pessoas só se lembram de um nome, infelizmente: Jar Jar Binks. Talvez Lucas achasse que a série necessitasse de um alívio cômico e um personagem com a qual as crianças pudessem se identificar. Mas a criatura, meio humana e meio anfíbio, além de irritante, se comportava como um estereótipo racial que não deveria existir mais no cinema moderno. O filme, apesar de não ter a mesma riqueza da trilogia anterior, ainda conta de forma decente como foram os fatos que antecederam a luta dos Rebeldes contra o Império. E, obviamente, com o auxílio da tecnologia digital que não existia nas décadas de 1970 e 1980, Lucas conseguiu criar um filme visualmente muito mais interessante.
Dirigido por George Lucas
Talvez o mais fraco de todos os filmes da saga, Star Wars: Episódio I: O Ataque dos Clones tem vários problemas: o romance entre os personagens Anakin Skywalker (Hayden Christensen) e Princesa Padmé (Natalie Portman) é desprovido de química, as tramas são confusas e as batalhas espaciais parecem não acabar nunca. Naturalmente, o filme é obrigatório para se entender o contexto do que viria adiante. Pelo menos, ele não tem Jar Jar Binks.
Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith (2005) ***½
Dirigido por George Lucas
Este filme mostra como a figura de Darth Vader surgiu. É a história de como um jovem decente e agradável se torna uma figura sinistra e malévola envolta em uma capa e trajando um capacete. A transformação de Anakin Skywalker em Darth Vader era algo que os fãs sempre sonhavam ver e Lucas fez tudo como deveria ser feito. Superior a Star Wars: Episódio I: O Ataque dos Clones, este capítulo final da segunda trilogia tem efeitos especiais de primeira e uma condução dramática satisfatória.
Star Wars: O Despertar da Força (2015) *****
Dirigido por J.J. Abrams
A segunda trilogia criada por Lucas lucrou uma fortuna, mas muitos dentro da indústria cinematográfica acharam que a história já havia rendido o suficiente. O próprio Lucas parecia concordar. Pelo jeito, Star Wars iria virar nostalgia. Mas depois que George Lucas vendeu a propriedade para a Disney, o estúdio decretou que a franquia poderia ser revivida e, assim, ganhar novamente relevância cultural. Entrou na jogada o diretor e produtor J.J. Abrams, que se tornou o maestro do reboot. Star Wars: O Despertar da Força não deixou na mão os velhos adeptos, encantou a segunda geração de fãs e ainda conquistou novos aficionados. A velha gangue de décadas atrás estava de volta, assim como novos e obrigatórios personagens. O filme, que mostra os eventos posteriores a O Retorno de Jedi, é mais contemporâneo em termos de narrativa e enredo. Talvez seja um pouco sério demais, afinal, não estamos mais nos anos 1970.
Rogue One: Uma História Star Wars (2016) ****
Dirigido Por Gareth Edwards
Este filme foi concebido para ganhar tempo e deixar os fãs saciados até que Star Wars: Episódio VIII - Os Últimos Jedi, chegue às telas, no final de 2017. Mais do que uma produção de ficção científica, Rogue One é um filme de guerra com doses de espionagem. Apesar de não destoar muito esteticamente e filosoficamente do universo geral de Star Wars, é um filme é mais sinistro, violento e trágico do que os que o precederam. Foi uma bela surpresa, um sucesso merecido e de quebra marcou a despedida de Carrie Fisher, que foi recriada digitalmente antes de morrer.