A estética revolucionária de um gênio autodidata
A ignorância nas artes do violão fez com que ele inventasse um complexo e próprio modo de tocar. Alquimista máximo da negritude e do suíngue brasileiros, em 1963, na estréia com Samba Esquema Novo, não havia nada no mundo que soasse como as canções, o instrumento e a voz que Jorge, então somente Ben, escrevia, tocava e interpretava.
Simples na complexidade, popular na sofisticação, moderno na reinterpretação das influências, encerrava em si dedilhados e batidas de um samba torto e harmonias de uma bossa ingênua com a levada do rock n' roll, como se João Gilberto fosse Chuck Berry. Somados à voz tímida, de timbre ultra-pessoal, resultariam na estética revolucionária que causou o estranhamento dos puristas e despertou admiração e inveja entre vários desta lista. Na década seguinte, abandonaria o violão e, guitarra em mãos, viveu o ápice artístico.
Estabeleceu uma conexão sincretista inédita com a África, incorporando os ritmos negros de raiz, o balanço da soul music e do funk norte-americanos. Buscou na alquimia, no misticismo e nas religiões afro inspiração para escrever. A cada nova geração, Jorge é revisto profundamente a ponto de seus novos e menos inspirados discos passarem despercebidos frente às centenas de músicas eternas que ele registrou.
1. TOM JOBIM
O maestro soberano da Música Popular Brasileira
2. JOÃO GILBERTO
O revolucionário pai da bossa nova
3. CHICO BUARQUE
O poeta versátil da canção popular
4. CAETANO VELOSO
Um ser onipresente na música brasileira
5. JORGE BEN JOR
6. ROBERTO CARLOS
O artista que é a cara do Brasil
7. NOEL ROSA
Mito da boemia, ele morreu jovem demais
8. CARTOLA
O talento e a pureza de um gênio silencioso
9. TIM MAIA
Sem mudar os rumos da música, deixou marcas profundas
10. GILBERTO GIL
Sua carreira se confunde com a história de nossa cultura
Você conhece os outros 90 artistas nas páginas da edição 25 da RS Brasil, outubro de 2008