Billie Joe, do Green Day, fala sobre política e os novos discos da banda
“A esta altura, podemos fazer o que quisermos”, diz Billie Joe Armstrong, o líder do Green Day. “Sempre queremos progredir e ter experiências novas.” No rock, raramente palavras tão verdadeiras foram ditas. O grupo não está prestes a lançar um novo álbum, mas sim três: ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré! Em uma jogada ainda menos esperada, Armstrong se uniu ao time de Christina Aguilera como mentor na nova temporada do The Voice norte-americano.
Quando ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré! tomavam forma, vocês escutaram algum álbum triplo, como Sandinista! do Clash ou All Things Must Pass do George Harrison?
Na verdade, não. Não era nossa intenção. Queríamos que cada disco tivesse sua própria cara. Sandinista! era mais um álbum experimental, foi para várias direções diferentes, enquanto esta é uma ideia mais coesa sobre de onde as músicas vêm.
Algumas das músicas, como “Kill the DJ”, definitivamente lembram o Clash.
Se você é uma banda de punk rock, não dá para fugir do Clash [risos ]! É como tentar fugir dos Beatles ao compor uma melodia. É algo que simplesmente acontece.
“Kill the DJ” é uma resposta à explosão atual na música dance?
Sou completamente ignorante quanto à música eletrônica ou o que seja. Não me oponho a isso, mas minhas raízes são mais de rock dance, como “Heart of Glass”, do Blondie, ou “Emotional Rescue”, dos Stones. Fizemos um show em Berlim ontem à noite e 20 mil pessoas estavam totalmente enlouquecidas. Para mim, esse estilo tradicional de tocar rock ainda está vivo e muito bem.
Você participou no ano passado na versão de American Idiot para a Broadway. Quem foi aos bastidores para dar um “oi”?
Tom Cruise e Katie Holmes, quando ainda estavam juntos. Lady Gaga veio assistir. Foi um grupo misto de personalidades, mas fiquei de queixo caído com Michelle Pfeiffer. Era louco por ela quando era mais novo.
O que você acha de roqueiros como Kid Rock e Journey tocarem na convenção republicana ou [o candidato a vice-presidente] Paul Ryan citando AC/DC e Led Zeppelin em seu discurso?
É um truque político. Eles pegam astros do rock porque o Obama é basicamente um astro do rock, então estão tentando ser mais roqueiros do que um dos homens mais famosos do planeta.
Como você acabou virando mentor em The Voice ?
Minha mulher e eu assistíamos. Era uma espécie de prazer secreto. Eles me perguntaram se eu queria ser mentor e entrar ou no time do Adam [Levine, do Maroon 5 ] ou no da Christina, e achei muito mais interessante estar no time da Christina. Estamos em duas partes completamente diferentes do mundo. Foi divertido. Acabamos rindo e contando piadas. Todos disseram que nunca a viram de tão bom humor desde que entrou para o programa.
Quem usa mais máscara para cílios, você ou ela?
Eu perdi por pouco, com certeza.