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A Voz do Rei

CHINA, consagrado em Recife, ganha projeção com covers de Roberto Carlos

Por Juliana Zambelo Publicado em 09/02/2009, às 18h37

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Performances intensas para clássicos da Jovem Guarda - Adelaide Ivanova/Divulgação
Performances intensas para clássicos da Jovem Guarda - Adelaide Ivanova/Divulgação

Pela segunda vez na carreira, o rosto do pernambucano China se tornou conhecido nas ruas. A primeira ocasião foi em 2001, quando o Sheik Tosado, banda que formou em 1996, abriu a noite do Iron Maiden no Rock in Rio 3. A notoriedade, porém, se perdeu com a dissolução do grupo naquele mesmo ano.

Agora, trabalhando sozinho e com um disco elogiado, China encontrou um caminho para o reconhecimento do público. A mudança para um novo patamar vem com a ajuda de duas instituições: a MTV e Roberto Carlos. Com a primeira, lançou, no final de 2008, o CD e DVD Sintonizando Recife. Gravado ao vivo e contando com nomes da cena local como Mombojó, Maquinado e 3namassa, o especial rendeu uma porção de vinhetas televisivas estreladas pelo músico. "A MTV chega ao Brasil inteiro, e isso é muito bom. Fui tocar no interior de Pernambuco e foi complicado andar pela cidade", ele conta, com um misto de orgulho e divertimento na voz. No projeto, China mostra quatro faixas de seu Simulacro (2007), que traz um caldeirão de influências e o toque de originalidade típicos do Recife. "De todos os discos que já fiz, este conseguiu ser muito mais autoral que os outros", ressalta.

Em contrapartida, é uma faceta nada autoral que consolida o segundo pilar do sucesso do músico de 29 anos: a banda Del Rey, especializada em covers de Roberto Carlos. De brincadeira a fenômeno da noite paulistana, o grupo hoje viabiliza financeiramente as carreiras de China e também do Mombojó - cujos integrantes o acompanham na empreitada. "A gente toca Roberto Carlos, então você já começa ganhando de 1 a 0", China teoriza sobre o projeto exclusivamente de palco, cujo principal trunfo é justamente a intensa performance do vocalista. "A gente quer que o público tenha a mesma experiência da época da Jovem Guarda: gente na frente do palco, as meninas loucas, os caras com ciúme."

Na vida de China, porém, o grupo que agrada tanto em inferninhos quanto em festas de casamento tem segundo plano garantido. "As pessoas começaram a levar a gente mais a sério do que a gente mesmo", ele diz. "Não projetamos uma carreira e não temos a menor vontade de gravar." Para satisfazer seu público cativo, ele promete mais um álbum solo em 2009. "As músicas novas estão mais pra cima, para dançar mesmo!"