Em Brasilerô, nomes como Ney Matogrosso, Dorival Caymmi e Sepultura estão lado a lado; “Afinal, para mim, tudo é música brasileira”
É impossível acompanhar música no Brasil e nunca ter visto alguma imagem clicada pelo carioca Marcos Hermes. O trabalho dele está presente em capas de CDs e DVDs, fotos promocionais e em coberturas de shows. As fotos do sempre versátil e inventivo profissional, que está em atividade há quase três décadas, já ilustraram diversos artigos publicados em jornais e revistas de todo o país. Apaixonado por música desde a tenra idade, Hermes acumulou um corpo de obra vital e único, que mostra as várias caras dos sons feitos no nosso país.
Uma parte dessa vasta obra está compilada em Brasilerô, lançado de forma independente. O livro, que inicialmente tem uma tiragem de mil cópias, logo poderá ser encontrado nas principais livrarias do Brasil e marca o começo das comemorações dos 30 anos de carreira do artista – outros projetos ainda virão, garante ele, que atualmente trabalha na continuação de Brasilerô. Para o futuro já planeja a edição de Icônicos, que ter apenas imagens de artistas internacionais, incluindo Paul McCartney, Stevie Wonder, Rolling Stones e muitos outros, sendo que a seleção também inclui nomes da música latino-americana.
“Eu não fiz este livro para ganhar dinheiro, muito pelo contrário”, ele conta. “É um tributo sincero a esses artistas com que trabalhei durante todos estes anos.” Segundo Hermes, a obra tem sido recebida de uma forma muito positiva, muito além das expectativas que tinha. “Esta é uma coleção de imagens que mostra toda a diversidade da música brasileira. Consegui colocar lado a lado nomes como Sarcófago, Ney Matogrosso, Dorival Caymmi, Sepultura... Afinal, para mim, tudo é música brasileira.”
O fotógrafo reforça que não queria que o livro fosse um mero portfólio. “Esta é uma coleção muito especial, que se tornou possível através de diversos ganchos”, diz ele, que usou critérios cromáticos para construir a sequência do livro. “Conforme você vira as páginas percebe que uma foto puxa a outra, que as cores se fundem, assim como os movimentos dos clicados. Tudo isso mostra a minha assinatura visual”, explica. Para Hermes, a existência de acervo tão grande impôs dificuldades na hora de fazer a seleção final. Nomes como Lulu Santos, Novos Baianos, João Gilberto e outros ficaram de fora, mas serão incluídos no próximo volume.
Um dos grandes incentivos de Hermes é o filho, Luca, de 7 anos. O garoto acompanhou todo o processo da feitura da obra e o fotógrafo acha que ele, de alguma forma, deverá seguir os passos dos pais. “A mãe dele é designer de moda. O Luca é muito interessado, gosta muito de desenhar e tem um olhar muito bom para as artes visuais. Quem sabe ele não se torna também um fotógrafo, um diretor de arte ou algo assim?”