Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Acústico e Experimental

Em passagem pelo país, Lee Ranaldo, ex-Sonic Youth, comenta o novo projeto solo

Lucas Brêda Publicado em 19/09/2017, às 16h31 - Atualizado em 11/10/2017, às 21h15

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
<b>Cantautor</b><br>
Ranaldo troca a guitarra pelo violão

 - Anna Paula Bogaciovas/Desmonta/Divulgação
<b>Cantautor</b><br> Ranaldo troca a guitarra pelo violão - Anna Paula Bogaciovas/Desmonta/Divulgação

‘‘A essa altura, já não é algo tão novo”, Lee Ranaldo comenta sobre a relação com o violão, depois de anos explorando textura e construindo guitarras com o Sonic Youth. Da mesma forma como era antes com a guitarra elétrica, o instrumento acústico se desdobra em possibilidades e afinações nas mãos de Ranaldo, que não considera o formato menos experimental. “É mais experimental – todo mundo está tocando com duas guitarras e um baixo”, provoca. “Para mim, com o meu passado, é a coisa mais arriscada que posso fazer.”

Ranaldo fez shows no Brasil em agosto, antecipando o lançamento de um novo álbum solo, Electric Trim (previsto para 15 de setembro), sucessor de Last Night on Earth (2013). No LP, ele troca a banda que geralmente o acompanha, The Dust, por colaboradores que vão de Nels Cline (guitarrista do Wilco) a Sharon Van Etten, passando pelo baterista Steve Shelley, ex-companheiro de Sonic Youth.

Electric Trim é a fusão da veia “cantautor” com a vontade de explorar ideias em estúdio. “Não são músicas de banda, não têm essa dinâmica. São as coisas que faço no meu sofá ou na minha garagem”, ele explica sobre a origem das canções, posteriormente trabalhadas com o produtor catalão Raúl “Refree” Fernandez, tanto em Barcelona quanto em Nova York. Ele compara a produção de Electric Trim à de álbuns como Pet Sounds (1966, dos Beach Boys) ou Revolver (1966, dos Beatles), símbolos de quando artistas começaram a explorar fragmentos sonoros e o próprio estúdio para a criação musical. “Era: ‘O que fica melhor aqui? O solo do Nels? Vamos tentar um pandeiro!’ Sei lá, construímos o disco como uma criação do estúdio. Foi um processo espalhado por cerca de um ano. E muito, muito gostoso de fazer.”

“Você ouviu o disco?”, ele questiona, ansiando por uma opinião de fora sobre o novo trabalho. Além da curiosidade natural, Ranaldo parece querer saber como está soando aos ouvidos dos brasileiros – dos quais não quer permanecer longe. Depois de turnês no Hemisfério Norte, o músico deve voltar ao país para mostrar mais faixas de Electric Trim. “Sei lá por que eu volto”, desconversa, garantindo que o fato de o show derradeiro do Sonic Youth ter acontecido no festival SWU 2011, no interior de São Paulo, não lhe traz lembranças ruins. “Gosto da cultura, gosto da música gosto de estar aqui.”