Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Além do Coletivo, Distante do Rap

Frank Ocean, o integrante mais inventivo do Odd Future, prepara seu voo solo mais ousado

Jonah Weiner Publicado em 09/12/2011, às 13h02 - Atualizado em 26/12/2011, às 14h47

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
<b>BEM DIFERENTE </b> Fora do Odd Future, Frank Ocean tem muito brilho próprio - PRODUZIDO POR RUTH LEVY
<b>BEM DIFERENTE </b> Fora do Odd Future, Frank Ocean tem muito brilho próprio - PRODUZIDO POR RUTH LEVY

O telefone de Frank Ocean vibra – é uma mensagem automática pedindo que ele crie uma senha para a secretária eletrônica digital. Ele franze o cenho: “Quem usa voicemail?” Em certos aspectos, o cantor e compositor é um legítimo representante de sua geração: aos 23 anos, prefere mensagens de texto; é parte de um grupo que assusta pais zelosos, o Odd Future; e acha antiquadas as distinções de gênero. A mixtape dele, lançada em fevereiro passado, Nostalgia, ULTRA, mistura excentricidades e soul com sintetizadores e samples de Coldplay e “Hotel California” (do Eagles). Pessoalmente, Ocean - vestido discretamente com uma jaqueta preta e amassada do exército - tem fala mansa, e rapidamente expõe seu amor pelo clássico da animação japonesa Dragon Ball Z.

Apesar da idade, ele diz ter uma alma velha: tem máquinas de escrever vintage e está reformando um BMW 1989. Ele começou compondo músicas para John Legend e Justin Bieber e, depois que emplacou um sucesso inesperado com “Novacane”, faixa influenciada pelos anos 80, trabalhou com Beyoncé, Jay-Z e Kanye West. Ocean descreve seu album de estreia como artista solo, ainda em produção no momento, como do tipo ambicioso, com partes ao estilo gospel e outras orquestradas. “Estou tentando fazê-lo realmente caro”, diz, sorrindo.

O que faz a diferença em Frank Ocean, além da simplicidade de suas frases e da expansividade sonora, é a imaginação dele: as músicas estão cheias de vinhetas envolvendo espaçonaves, tornados indoor e sexo hippie ao ar livre. Ele é fã de Stanley Kubrick e de Steven Soderbergh. “Se eu conseguir fazer na música o que eles fizeram no cinema, contar aqueles tipos de histórias? É isso o que quero fazer”, ele diz.