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Alex Kapranos, vocalista do Franz Ferdinand, fala sobre novo disco e a relação da banda com o Brasil

Lucas Reginato Publicado em 13/08/2013, às 11h41 - Atualizado às 11h44

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<b>Juvenil</b>
Para Kapranos, ter uma banda de sucesso é a chave para a juventude - Divulgação
<b>Juvenil</b> Para Kapranos, ter uma banda de sucesso é a chave para a juventude - Divulgação

O Franz Ferdinand parece ter a capacidade de se manter jovem com o passar dos anos, conseguindo ainda hoje uma energia equivalente à dos tempos de “Take Me Out”, primeiro hit do grupo escocês. No novo disco, Right Thoughts, Right Words, Right Action, o vocalista Alex Kapranos continua apostando nas guitarras aceleradas e em refrãos fáceis para fazer o público dançar. Com mais de dez anos de estrada, ele comemora a experiência e revela qual é o segredo para a juventude eterna.

Franz Ferdinand libera duas músicas de uma vez; ouça “Love Illumination” e “Right Action”.

O que há de novo no Franz Ferdinand em Right Thoughts...?

Acho que o mais importante são as quatro pessoas, as quatro personalidades que fazem o disco. Fizemos este de um jeito diferente do último, que veio muito de grooves e jams, enquanto agora as canções nasceram primeiro. E até as ideias – toda canção tem uma ideia. Claro que o groove continua sendo importante, ainda é um disco dançante, talvez o mais dançante que já fizemos, mas isso veio depois que tínhamos as letras.

E por que decidiram vocês mesmos produzir o novo disco?

Acho que uma banda precisa de um produtor externo para duas coisas principais. Primeiro, para mediar, alguém que consiga fazer os egos gigantes que você podem existir em uma banda conversarem entre si. Isso nós fazemos por nós mesmos, nos damos bem. Removemos essa barreira, não precisamos de um produtor para essa função. Outra razão para usar um produtor é quando você está um pouco incerto, não sabe bem como quer soar. Tínhamos uma ideia, sabíamos como queríamos soar, então não precisávamos tanto de um produtor.

E qual era essa ideia?

Que esse fosse um disco cru, humano, com emoções.

Algumas das músicas vocês já tocaram ao vivo, inclusive no Brasil.

Algumas pessoas me perguntam sobre experimentar as músicas com o público. Mas não é isso. A gente não vê o público como um teste. Somos uma banda de rock and roll, gostamos de tocar. Se temos coisa nova, gostamos de compartilhar. Queremos que o público ouça. Não precisamos manter segredo.

No ano passado vocês fizeram uma pausa nas atividades da banda. Como isso ajudou?

É bom ter uma pausa. Eu tive a oportunidade de trabalhar com outros músicos, produzi discos [do guitarrista escocês RM Hubbert e da banda Citizens!]. É muito bom, te mantém ativo e pensando sobre música. E é inspirador estar com outros músicos.

Você sente cansaço da vida na estrada?

Viajar pode ser exaustivo. Acho que é preciso saber exatamente a hora de parar a turnê, porque você precisa fazer algo novo. Se uma banda está viva, ela precisa fazer novas canções. Senão, se transforma em uma banda cover dela mesma. A gente tem nosso momento de parar, escrever novas coisas e voltar renovado da próxima vez.

Como a idade e o passar dos anos transformou o Franz Ferdinand?

Tem uma teoria, na qual eu acredito, que diz que quando se começa uma banda, você suspende o envelhecimento. Não digo fisicamente, mas mentalmente, psicologicamente. Você permanece com a idade que tinha quando começou a banda – isso se ela tiver sucesso. Se faz sucesso com uma banda aos 17, você permanece como um “homem-criança” para o resto da vida, porque não consegue progredir. Felizmente para mim, tinha 32 quando começamos o Franz Ferdinand [risos].

Qual é o segredo para fazer as pessoas dançarem com o rock and roll?

Uma boa batida. Eu diria que somos uma banda de dance tanto quanto de rock and roll. Se você soubesse como compomos nossas músicas... Vem mais da música dance, na dinâmica, em termos de batida e da forma como as coisas se encaixam.

O Franz Ferdinand parece ter uma relação especial com o Brasil.

Toda vez que viajamos ao Brasil, parece que vamos para algum lugar novo. Este ano fomos para Recife, e amaria ir para outras cidades. Nossa relação com o país é de muito tempo, desde que o Franz Ferdinand começou a fazer turnês. O público e a energia funcionam perfeitamente para nós. Estaremos de volta assim que possível, com certeza.