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Alice Braga

Atriz estreia na TV norte-americana como a protagonista da série A Rainha do Sul

Stella Rodrigues Publicado em 16/07/2016, às 23h52 - Atualizado em 19/07/2016, às 00h59

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Alice Braga tem muito a dizer. No ar na TV norte-americana com a série A Rainha do Sul, que estreou no Brasil em 7 de julho, no canal Space, a atriz brasileira de 33 anos sente-se inspirada pela personagem que interpreta, a complexa traficante Teresa Mendoza, e faz diversas reflexões espontâneas a respeito de protagonismo feminino, mulheres e latinos na televisão, entre outros assuntos.

Você já tinha tido contato e se apaixonado pelo livro do Arturo Pérez-Reverte, La Reina del Sur (no qual a série é baseada), há muitos anos, certo?

Uma amigona minha que é produtora de cinema me ligou um dia dizendo que eu tinha que ler esse livro, porque era uma grande jornada de personagem feminina.

Li e amei a forma como o autor escreve. Na época, acho que a Eva Mendes estava prestes a fazer o filme, mas acabou não acontecendo. E eu acabei também

não indo atrás, mas a personagem sempre ficou no meu coração. Estava em Mississippi rodando um filme chamado O Duelo e eles me ligaram exatamente com esse projeto. Oito anos depois ele voltou para mim!

Quais aspectos da Teresa te fisgaram desse jeito?

Tem a coisa de ela virar traficante, que é bem controversa, mas ela é uma garota-mulher que teve muitas dificuldades a vida toda. Teve uma infância muito difícil, sofreu abuso sexual na adolescência. Nunca teve proteção, era sozinha e tinha que cuidar dela mesma. Mas ela nunca se “vitimizou” ou sentiu pena de si própria. Acho essa uma força muito linda da personagem: a vontade de sobreviver, o pragmatismo. A Teresa é uma heroína da vida dela. E de ninguém mais.

Me lembra a história da Nancy, da série Weeds.

Estão me falando isso, mas eu não vi, quero assistir! Mas é tanta série para dar conta, né?

Sim! Falando nisso, não tem como não reparar que dois dos maiores expoentes da atuação no Brasil atualmente estão em séries norte-americanas e ambos vivendo traficantes.

É piada feita, não é? E o Wagner [Moura, protagonista de Narcos] é como um irmão para mim. Agora ele é o rei da cocaína e eu sou a rainha da cocaína, piada pronta! Foi uma feliz coincidência. E espero muito que o público de Narcos venha um pouco para a gente, porque mesmo sendo o universo das drogas – do qual as pessoas gostam, você vê emBreaking Bad, Weeds etc. – estas são séries únicas, muito diferentes. Ambas são baseadas em fatos reais. O Padilha fez uma coisa que adorei que é seguir a história da cocaína. A Rainha do Sul, não. Como é baseado no livro e conta a história dessa mulher, a cocaína é uma coadjuvante.

A Kate del Castillo, que viveu a Teresa em uma famosa novela, se envolveu muito com o universo das drogas. Tanto que foi graças a ela que o Sean Penn conseguiu aquela entrevista com o El Chapo que foi publicada na Rolling Stone. Como você lidou com a entrada nesse universo?

Uma coisa que eu queria era não colocar a cocaína como algo maravilhoso. Tenho muito cuidado com isso, porque é muito triste o que está acontecendo atualmente no México. É uma situação gravíssima, que está colocando o país em um limite horrível, especialmente na fronteira. É bem delicado. O índice de mortes no México por causa das drogas... é muito grave. É uma discussão muito forte, acho que a Kate mergulhou mais nisso talvez por ser mexicana, também por causa da adaptação específica deles.