Caetano Veloso chega aos 70 anos com tributo e Transa em vinil
O aniversário de 70 anos de um de seus artistas mais famosos já justificaria as grandes comemorações planejadas, mas a gravadora Universal tem ainda um motivo muito especial para homenagear Caetano Veloso em 2012. Caso raro no mundo do entretenimento e no pop mundial de casamento longo e feliz entre artista e instituição, há 45 anos o cantor lança seus discos pela mesma gravadora: Philips, depois chamada Phonogram, depois Polygram, hoje Universal.
Vai ser inevitável: quando o próximo dia 7 de agosto chegar, prepare-se para a overdose de programas, matérias, capas, coberturas, especiais dedicados ao compositor baiano. Para a multinacional, o investimento a longo prazo só pode ser comemorado. Se, como regra, Caetano não é um dos maiores vendedores de disco, quatro décadas e meia depois continua certamente um dos mais comentados. Entre os planos para ações em comemoração aos 70 anos de Caetano pela Universal estão um tributo internacional reunindo nomes de diferentes gerações e estilos para reinterpretar suas composições e caprichado relançamento em vinil de seu disco mais cultuado, Transa, de 1972.
De Transa não só foram recuperadas as fitas originais com as masters da gravação do disco (feitas em Londres com Jards Macalé) para remasterização, mas também se encontrou recentemente a arte original do LP, procurada há anos e tida como perdida. Em seu lançamento original, o álbum vinha com estiloso projeto gráfico em preto, vermelho e prata de Aldo Luiz e uma criação única de Álvaro Guimarães: um “discobjeto” tridimensional, arrojado design com capa tripla que se permitia abrir e montar. A Universal planeja que a reedição em vinil siga perfeitamente o design original, venha com som aperfeiçoado e inclua ainda um cartão de download do áudio digital.
Já indo além, com conexões mundiais e ambição internacional, o tributo ainda sem nome reunirá sete artistas nacionais e sete internacionais reencontrando e reinventando canções de toda a carreira de Caetano. Planejado para ser lançado no começo do segundo semestre de 2012, em sincronia com o aniversário do compositor, o álbum de releituras segue em processo, recebendo contribuições de artistas como o brasileiro Marcelo Camelo e o quarteto inglês The Magic Numbers. Céu participa cantando “Eclipse Oculto”, Jorge Drexler aparece com “Fora da Ordem” e entre os outros nomes estão Devendra Banhart, Luisa Maita, David Byrne e Momo.
Lançados originalmente em VHS, vídeos de show como Circuladô e Fina Estampa em novas edições em DVD também aparecem na lista de projetos do ano da Universal, mas as burocráticas negociações de direitos sobre audiovisuais devem atrasar a data de lançamento. Enquanto isso, estreia em breve nos cinemas o rico documentário sobre a Tropicália (chamado, simplesmente, Tropicália), farto em iconografia “caetânica”. E ainda há mais: some a isso a nova coleção semanal, com lançamento em março, com 20 de seus discos vendidos em bancas de jornal do país, a coluna dominical de opinião que assina no jornal O Globo desde 2010, a recente produção do disco Recanto, de Gal Costa, e as fortes possibilidades de um novo disco autoral (pela Universal, naturalmente) em breve.