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Anarquia em 45 rotações

O single de 7 polegadas foi vital na popularização e difusão do punk durante a década de 1970. A seguir, um relato visual de como estes discos mudaram a face do rock

Paulo Cavalcanti Publicado em 21/05/2014, às 17h15 - Atualizado às 17h16

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Anarquia em 45 rotações
Anarquia em 45 rotações

O compacto simples de 7 polegadas tocado em 45 rotações surgiu nos Estados Unidos, no final da década de 1940, e aos poucos substituiu os cada vez mais obsoletos discos de 78 rotações. Com o investimento da indústria fonográfica, o formato se espalhou, mas a consagração veio mesmo a partir da metade da década de 1950, com a explosão do rock and roll.

No começo dos anos 1970, no entanto, as bandas de rock, especialmente as de metal pesado e de progressivo, preferiam o LP, deixando o compacto para os artistas com uma levada mais pop. Nesse contexto, o punk foi responsável por resgatar o single dentro do rock. Todos os detalhes dessa história são narrados e ilustrados no livro Punk 45 – The Singles Cover Art of Punk 1976-80, editado por Jon Savage e Stuart Baker. A obra fala dos pioneiros do gênero, dos grandes nomes, dos artistas obscuros e também do pós-punk. “Queríamos relembrar esses tempos heroicos do punk, tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra, quando houve uma revolução musical, social e estética”, explica Savage.

O punk adotou o single (e ocasionais EPs) também por motivos econômicos. Os artistas lançavam os discos por gravadoras independentes, que tinham mais condições financeiras de prensar discos de vinil de 7 polegadas do que LPs. Savage conta que, além dos custos, as capas também eram um grande atrativo. “Fora a música sensacional, havia a necessidade de ter uma embalagem que fosse atraente e inovadora”, reflete o jornalista inglês. “Os singles de punk foram uma escola para designers e ilustradores, profissionais que tinham uma imensa criatividade. Eram artistas que não tinham compromisso comercial e por isso podiam se dar ao luxo de serem iconoclastas.”

Se na época os singles eram mais baratos – tanto para as gravadoras, quanto para o público –, hoje vários desses discos são objetos de desejo. “Algumas bandas obtiveram sucesso. Mas a maior parte delas vendeu muito pouco”, Savage comenta. “Os singles de punk são peça-chave no mercado de colecionadores e muitos deles são raros, valendo uma boa soma em dinheiro.”