Abismo Enquanto o Estado Islâmico abre um caminho sangrento até os portões da capital do Iraque, os homens da cidade revidam da única maneira que sabem: com seu próprio reinado de terror
Matthieu Aikins | Tradução: Ligia Fonseca Publicado em 17/04/2015, às 15h54 - Atualizado em 21/04/2015, às 17h15
Se você visitasse o complexo do Ministério do Interior em Bagdá durante o mês sagrado do Muharram, no ano passado, seria perdoado se pensasse que o Iraque, assim como o vizinho Irã, é um país cuja religião oficial é o islamismo xiita. As paredes do Ministério, da mesma maneira que delegacias de polícia e veículos em toda a capital, estão decoradas com iconografia e slogans homenageando o mártir xiita Imam Hussain.
Em um gabinete repleto de mapas da cidade e cartazes xiitas, encontro o homem com possivelmente o emprego mais difícil do Ministério: o coronel Riyadh al-Musawi, comandante dos Falcões de Bagdá, o melhor esquadrão antibombas da cidade. A ascensão o grupo militante conhecido como Estado Islâmico – antes chamado de Estado Islâmico no Iraque e Síria, ou ISIS, na sigla em inglês – deixou a cidade sob ataque durante meses e representou um trabalho perigoso e sangrento para Musawi e seus homens, com carros-bomba, ataques suicidas e morteiros atingindo mercados e mesquitas lotados.
Nesta manhã no final do outono local, Musawi parece ainda mais exausto que de costume. As bolsas sob os olhos parecem cair em direção ao conforto de seu vasto bigode. Ele está fazendo plantão fora da cidade com uma milícia xiita – uma das muitas brigadas religiosas armadas que assumiram a defesa de Bagdá depois do colapso do Exército iraquiano em meados de 2014. Na noite passada, Musawi ajudou a desmontar um emaranhado de armadilhas explosivas que o EI tinha deixado para trás durante um recuo. “Eles as enterraram no deserto, em uma cadeia em série”, diz, mostrando um punhado de gatilhos ativados por pressão. “Foi uma noite em claro.”
Musawi é um oficial de carreira militar e um patriota, alguém que não se esquiva de trabalho perigoso e é bastante respeitado por seus homens por causa disso – e, mesmo assim, passa as noites trabalhando para uma milícia religiosa privada. O trabalho extraoficial dele destaca o dilema central para o presidente norte-americano Barack Obama, enquanto o líder busca aprovação do Congresso para a guerra contra o EI: o Iraque se tornou um estado de milícias, com suas operações militares lideradas, em muitos casos, pelos mesmos comandantes apoiados por iranianos que um dia combateram o Exército dos Estados Unidos. Embora as milícias tenham sido eficazes em afastar o EI, também aprofundaram a natureza sectária do conflito, tornando as chances de qualquer reconciliação entre sunitas e xiitas – e as esperanças de paz no Iraque – ainda mais distantes.
Enquanto o governo iraquiano, respaldado por ataques aéreos e treinadores militares dos Estados Unidos, começa uma grande ofensiva contra o EI, o governo Obama parece encurralado. “Estamos profundamente preocupados com os relatos de abuso associados a algumas forças de milícia voluntárias e, em alguns casos, a forças de segurança iraquianas”, afirma Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano. “Recebemos garantias do governo do Iraque e das forças de segurança do país de que utilizarão os equipamentos dos Estados Unidos de acordo com a lei norte-americana e nossos acordos bilaterais.” No entanto, o governo Obama também argumentou que seu programa para fornecer armas ao governo iraquiano deveria ser elegível a uma isenção das leis de controle de armamento. Armas
norte-americanas já caíram nas mãos de milícias xiitas, e, ao apoiarem – inadvertidamente ou não – grupos paramilitares cujos excessos estão chegando perto dos piores abusos da guerra civil sectária de 2006, os Estados Unidos arriscam ajudar a perpetuar o mesmo tipo de violência e corrupção governamental que levaram à impressionante ascensão do EI no último ano.
A porta se abre e o chefe de Musawi, o general Jabbar, entra. Um homem corpulento que ama mostrar aos visitantes estrangeiros fotos de si mesmo em conferências no exterior, ele parece aturdido, envergonhado, talvez, pelo indivíduo imponente com barba farta, turbante negro e túnica creme em seu encalço. Jabbar recua enquanto apresenta o xeique Sayed Maher, líder na Asaib Ahl al-Haq, ou Liga dos Honrados – uma das milícias mais notórias combatendo o EI.
Maher, pelo menos, parece feliz em me ver. Enquanto Jabbar e Musawi conversam, ele me dá um aparelho celular e reproduz vídeos de si mesmo com roupa camuflada e disparando uma metralhadora. “Estamos combatendo o Daesh”, diz, usando o termo pejorativo para o Estado Islâmico, derivado de suas iniciais em árabe. Quando sai com Jabbar, me convida para visitá-lo.
O grupo de Maher supostamente recebe ajuda e suporte militar do Irã e é infame por sua suposta criminalidade. Mais tarde, pergunto ao coronel Musawi o que ele acha da ideia de visitar o grupo do xeique Maher. Ele ri sombriamente. “Se você os visitar, talvez eles te vendam para o Daesh.”
É difícil imaginar que, cinco anos atrás, o Iraque parecia estar se refazendo. Segundo o projeto Iraq Body Count, pelo menos 17 mil civis iraquianos foram mortos em 2014, de longe o pior ano desde o auge da violência em 2006 e 2007. O governo Bush, percebendo com atraso que tinha engatilhado uma guerra civil ao invadir o Iraque, conseguiu, com o aumento das tropas, garantir uma espécie de paz forçada ao convencer os sunitas de que era possível sobreviver mesmo rejeitando a Al-Qaeda. “Graças aos sacrifícios extraordinários de nossas tropas e à determinação de nossos diplomatas, estamos esperançosos quanto ao futuro do Iraque”, disse Obama em março de 2011, enquanto os Estados Unidos se preparavam para retirar suas forças de combate do país.
Só que o otimismo daquela época contradizia a fragilidade do acordo político entre xiitas e sunitas, além da natureza tremendamente corrupta e complicada do Estado iraquiano. Na praça Hanash, um local movimentado aos finais de semana para os intelectuais de Bagdá, encontro Ali Sumery, um diretor de TV jovem e baixinho usando um estiloso chapéu e um cachecol. Durante as eleições nacionais de 2010, Sumery, ativista político de longa data, deu seu apoio à coalizão Iraqiya de Ayad Allawi – um oportunista cercado por oportunistas, mas que pelo menos adotou uma espécie de liberalismo não sectário. O grupo de Allawi conseguiu ganhar dois assentos a mais do que o opositor, o então primeiro-ministro Nouri al-Maliki, do Dawa, um partido religioso xiita. No entanto, na luta política que se seguiu, Maliki conseguiu manter o poder, com o consentimento tácito dos governos dos Estados Unidos e do Irã. Sumery e seus amigos ficaram decepcionados, mas se sentiram suficientemente ousados para protestar contra o crescente autoritarismo e a política sectária de Maliki. “Estavam fatiando o governo como um bolo”, Sumery afirma. “Não estavam falando como líderes para todos os iraquianos. Estavam falando como líderes de seitas.”
Mesmo quando o governo de Maliki começou repressões cada vez mais brutais contra as dissidências internas, o governo Obama alegava vitória e retirou as tropas norte-americanas do Iraque. Em 14 de dezembro de 2011, Obama disse a uma plateia de militares em Fort Bragg que a guerra dos Estados Unidos no Iraque estava chegando ao fim. “Estamos deixando para trás um país soberano, estável e autossuficiente”, afirmou. “A guerra no Iraque logo pertencerá ao passado.” As palavras dele ficaram tão longe da realidade quanto a frase “missão cumprida” de seu antecessor, em 2003.
Apesar do esforço colossal e do dinheiro gasto para construir as forças de segurança iraquianas, uma podridão fundamental se instalou no núcleo do país e acabou levando a um colapso quase total.
As raízes desse fracasso remetem às consequências da invasão norte-americana ao Iraque, quando Paul Bremer, oficial civil do governo Bush encarregado de supervisionar a ocupação, dispensou todo o Exército iraquiano. Além de fornecer recrutas para os insurgentes, a decisão dura de Bremer significava que uma nova força teria de ser construída do zero em meio a uma guerra civil. Nos nove anos seguintes, esse esforço consumiu US$ 25 bilhões dos contribuintes norte-americanos, cerca de um terço do total gasto reconstruindo o Iraque – algo que abasteceu a corrupção em Bagdá em uma escala épica.
Enquanto isso, uma nova e muito mais violenta insurgência ganhava força na guerra civil sectária brutal que acontecia na vizinha Síria. Em abril de 2013, o grupo conhecido como Al-Qaeda no Iraque, no passado comandado pelo jihadista jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, rebatizou-se como Estado Islâmico. A liderança do movimento era de insurgentes sunitas devotos que haviam sobrevivido à ocupação pelos Estados Unidos – muitos deles, incluindo seu atual líder, Abu Bakr al-Baghdadi, passaram um tempo em Camp Bucca, a principal prisão militar norte- -americana, perto de Bagdá. As políticas cada vez mais linha-dura do xiita Nouri al-Maliki criaram um terreno fértil de recrutamento para o Estado Islâmico entre os sunitas iraquianos, muitos dos quais, ironicamente, agora culpam os Estados Unidos por sair rápido demais. “Se os americanos tivessem ficado, poderiam ter cumprido suas promessas”, afirma o xeique Ammar al-Azzawy, um proeminente líder sunita em Bagdá. Os Estados Unidos se retiravam, e Maliki não ouvia os pedidos para incluir sunitas nas forças de segurança, oferecendo a eles apenas posições subalternas no governo. “Estavam tentando nos transformar em garis”, diz Azzawy.
Em 2013, em um esforço para consolidar uma base de poder entre os xiitas, Maliki ordenou várias repressões sangrentas a protestos sunitas, o que ajudou a jogar partes da província de Anbar em uma rebelião aberta. O EI aproveitou a oportunidade e entrou. “Quando o povo nessas áreas é tratado tão brutalmente, faz até pacto com o diabo”, acredita Azzawy. A reação dos Estados Unidos à crise foi enviar a Maliki mais drones de vigilância e mísseis Hellfire.
Em Mosul, a maior cidade de maioria sunita no Iraque, o comandante operacional de Maliki era Mahdi al-Gharawi, um general xiita infame pela corrupção e pelos abusos aos direitos humanos – que eram suficientemente maléficos para o Exército norte- -americano tentar, sem sucesso, prendê-lo. Enquanto o EI ganhou força em Mosul, Gharawi trabalhou junto a esquadrões de morte xiitas para atingir sunitas. “Combatentes de milícias vinham de Bagdá usando roupas civis e trabalhavam na escuridão”, diz o coronel da polícia Khalid, que estava alocado em Mosul. “Eles pegam alguns nomes, entram na casa das pessoas e as matam. No final, toda a Mosul nos odiava.”
Nas primeiras horas de 6 de junho do ano passado, o EI lançou um ataque a postos do governo ao oeste de Mosul. Provavelmente a intenção era a de que fosse apenas uma incursão, mas decisões desastrosas tomadas pela liderança iraquiana levaram ao caos e ao pânico dentro do Exército e da polícia, ambos extremamente desmoralizados. Logo, todas as defesas da cidade fugiram diante de um oponente muito menor.
A queda de Mosul gerou um colapso catastrófico das forças iraquianas em uma ampla faixa do país. Em menos de dois meses, dezenas de milhares de quilômetros quadrados e milhões de cidadãos caíram nas garras do EI, que também capturou tanques, artilharia e enormes quantidades de munição e armas que os Estados Unidos haviam enviado ao Iraque.
Os propagandistas do EI entenderam que a realidade em si já era espetaculosa, e que essa realidade poderia ser espalhada viralmente por todo o mundo, convocando o choque de civilizações que o grupo desesperadamente buscava. Eles falavam uma linguagem formada nos caldeirões da ocupação norte-americana e da guerra civil, a linguagem de Abu Ghraib e dos esquadrões da morte, de furadeiras sendo usadas como ferramentas de tortura e de ataques aéreosincendiários, de 200 mil iraquianos mortos.
Só que a brutalidade deles se sobrepunha a tudo isso. E o grupo teve sucesso, deixando o Ocidente em pânico, ainda que incoerente em sua indignação. Os oponentes xiitas do EI, no entanto, não ficaram sem palavras. Os homens de Bagdá entenderam a linguagem do terror. Enquanto o Estado Islâmico corria pela cidade, com o Exército iraquiano desmantelado fugindo diante dele, as milícias se mobilizavam para defender sua capital.
Depois da queda de Mosul, em meados do ano passado, Bagdá ficou em um estado de terror. A população estocava água e comida. As ruas ficaram desertas. Estrangeiros e iraquianos ricos lotavam voos saindo do país. “As pessoas estavam em choque”, conta Mohammad – nome falso –, do Exército Mahdi, o grupo insurgente xiita que lutou contra as forças norte-americanas em 2004. “Elas tinham medo de que o Daesh entrasse na cidade. Os líderes no governo estragaram tudo.”
Então, em 13 de junho, a maior autoridade religiosa xiita do país, o aiatolá Ali Sistani, ordenou uma fatwa – algo quase como um decreto – de que era uma obrigação religiosa de cada homem pegar em armas contra o Estado Islâmico – em nome do país, não de uma seita, ele teve o cuidado de dizer. No entanto, na prática isso galvanizou uma tomada das forças de segurança do Iraque por milícias xiitas linha-dura.
No mesmo mês, o primeiro-ministro Nouri al-Maliki (que, em agosto de 2014, foi substituído por Haider al-Abadi) anunciou um programa governamental chamado al-Hashd al-Shaabi, ou Mobilização Popular. Na terra natal dos xiitas, no sul do Iraque, dezenas de milhares de pessoas se voluntariaram, quase todas pelos auspícios de alguma das milícias religiosas, mas no centro da mobilização estavam milicianos experientes e motivados, que viam sua luta como um dever religioso e uma continuação da batalha que travaram contra oponentes sunitas des de a invasão norte-americana. Eles implementaram um arco defensivo em volta de Bagdá e das cidades sagradas de Samarra e Karbala e, ao longo de meses de luta, impediram o avanço do Estado Islâmico.
“A resistência deles é muito importante – eles são o último obstáculo contra o avanço do EI em direção a Bagdá”, afirma Hisham al-Hashemi, pesquisador de segurança na capital iraquiana. “Todos eles são filiados a algum partido religioso xiita. Para fins de propaganda, dizem ter alguns sunitas e cristãos, mas não, é um fenômeno totalmente xiita.” Essas milícias tinham fortes elos com o Irã e frequentemente lutavam com conselheiros iranianos em campo. “O efeito secundário de tudo isso foi um aumento da influência iraniana”, diz Phillip Smyth, pesquisador adjunto no Washington Institute for Near East Policy. “O Irã ganhou uma presença significativa na política iraquiana e no campo de batalha. É uma tremenda ameaça aos interesses dos Estados Unidos.”
Os sunitas no iraque agora se veem em uma situação impossível, presos entre o Estado Islâmico de um lado e as milícias do outro. Lina Ismail, uma jovem que trabalha para uma ONG local de direitos humanos, pede que eu me encontre com uma família da qual ela ouviu falar, nos arredores de Ghazaliya, um bairro que, antigamente, era promissor. Dirigimos, passando por postos de inspeção policial, até encontrar o lugar.
É uma propriedade antiga, de quando a área ainda era semirrural, e o complexo murado é espaçoso, com pomar e pasto, embora a casa térrea seja simples e desgastada. Uma menina quieta e de olhos escuros, segurando a mão de uma criança ainda menor, sai para nos receber e as seguimos por uma trilha sob as árvores, com uma ovelha à nossa frente.
Entramos na casa por uma porta baixa e protegida por uma cortina. Umm Zohair, a matriarca da família, está sentada em um sofá na sala
de estar, com as pregas negras de uma veste abaya em volta dela. Lina pergunta sobre sua saúde. “Estou doente”, ela responde baixinho. “Preciso de cirurgia, mas somos uma família pobre.” Lina diz que pode conseguir ajuda.
A nora de Zohair, Umm Abdullah, usando um véu cobrindo o rosto, explica a história da família. O marido dela, o filho mais velho de Umm Zohair, tinha se formado na faculdade, mas só conseguiu encontrar emprego como taxista. O irmão mais novo dele, Marwan, fazia bicos. O pai dos dois, Abbas, cuidava do gado. Cerca de um mês antes do nosso encontro, um grupo de homens armados e uniformizados invadiu a casa no meio da noite. Eles levaram os três homens e a família desconhece o paradeiro deles. A polícia no posto mais próximo – pelo qual a milícia tinha de passar para chegar até a casa – alegou não saber de nada. “Alguns dizem que eles podem estar na prisão do aeroporto, outros no Ministério do Interior, outros em Kadhimiya”, Umm Zohair intercede chorando. “Dependemos de Deus. Não sabemos.”
Ninguém menciona a possibilidade de eles simplesmente terem sido assassinados. Uma criança pequena aparece na porta e é arrastada para fora pela irmã, protestando. A casa parece cheia de crianças, no colo das mulheres, brincando no tapete, a maioria jovem demais para entender qualquer coisa além da solenidade de visitantes estranhos como nós e o fato de que não têm visto os pais e o avô. “É terrível”, diz Umm Abdullah. “Elas choram o tempo todo.”
As mulheres buscam em meu rosto um traço de esperança – afinal, para elas sou o norte-americano, o primeiro que veem desde que os soldados dos Estados Unidos partiram, um representante desse poder cego e imenso que entrou na vida de cada iraquiano, exercendo salvação e desespero como um deus insano. O que há para dizer a elas sobre a história que compartilhamos, sobre o elo que nos unirá mesmo enquanto vou embora, sob os galhos das macieiras, onde uma menininha ainda brinca perto dos pneus de nosso carro? O Iraque queima, e o destino do país permanecerá para sempre na consciência dos Estados Unidos.
Planos Incertos
O futuro das ações dos Estados Unidos no Iraque ainda é nebuloso
Enquanto o Iraque mergulhava no caos em 2014, Barack Obama relutava em intervir militarmente, temendo uma volta das tropas norteamericanas ao atoleiro de uma guerra civil sectária. Mesmo depois da queda da cidade de Mosul, o presidente reiterou seu ceticismo: “Não há solução militar dentro do Iraque, certamente não uma comandada pelos Estados Unidos”. No entanto, desde então o compromisso militar dos Estados Unidos no Iraque aumentou constantemente. Após Mosul, Obama lançou ataques aéreos contra o Estado Islâmico e aceitou enviar mais 715 militares, além das centenas de conselheiros e milhares de empreiteiros já presentes no país. Depois que a decapitação, em agosto de 2014, do jornalista James Foley levou a uma revolta pública, o presidente norte-americano anunciou a formação de uma coalizão internacional contra o Estado Islâmico e autorizou o Exército a enviar até 3.100 tropas – que, alegam os Estados Unidos, não se envolverão em combate em terra, embora forças especiais canadenses já tenham se envolvido. Em dezembro, o Congresso aprovou um projeto de lei para gastar US$ 5 bilhões para combater o EI, o que daria ao presidente poder de tomar medidas em qualquer país onde o grupo militante está presente.