O the xx supera a timidez e compõe músicas para a pegação dos roqueiros indie
Na noite de abertura de sua turnê europeia,o the xx teve o primeiro sinal de que havia deixado deser um fenômeno da internet para se tornar uma banda famosa de verdade. Liderado por uma dupla na casa dos 20 anos, a banda mais legal da Grã-Bretanha - cujo som único mistura tórridas melodias do indie pop, o austero e frio post-punk e levadas de dub - já havia aparecido na televisão. Mas enquanto tocava no Point Ephémère, em Paris, o baixista e vocalista Oliver Sim ainda estava surpreso com o que havia visto na parte mais distante da plateia. "Tinha alguém sentado em uma cadeira, sem ninguém por perto", relembra. "Fiquei olhando e pensando 'Aquele é... será?'" E era: Michael Stipe, do R.E.M., havia aparecido para vê-los tocar.
Com seu topete brilhante e timidez extrema, Sim parece um cara sensível demais para encarar os holofotes. Sentado nos bastidores do Bowery Ballroom, em Nova York, rabisca nervosamente uma caixa de pizza enquanto relembra o começo do the xx. Ele conheceu a vocalista e guitarrista Romy Madley Croft, garota roqueira de fala mansa, com penteado moderno e assimétrico, quando tinham apenas 3 anos. Os dois ficaram amigos enquanto cursavam o ensino médio, muito por causa da timidez mútua (os dois nunca foram além da amizade). "Não conseguíamos nem ir à frente da classe para nos apresentarmos!", diz Croft, cujo cabelo constantemente esconde os olhos.
Então em vez de se apresentar, Sim passou a estudar as harmonias dos discos de Aaliyah, Croft aprendeu sozinha a tocar músicas do Hole, e os dois cantavam escondidos embaixo do edredom, à noite. "Era tipo 'Você primeiro', 'Não, você primeiro'", relembra Croft. "Por isso cantamos ao mesmo tempo." Depois de formar uma banda cover por brincadeira - eles tocavam músicas do Wham!, Pixies e outros -, a dupla começou a compor junta, por e-mail. "Compúnhamos antes de dormir, que é quando as emoções estão mais à flor da pele", diz Croft. "Com a internet é mais fácil - você pode se esconder atrás do computador." No palco, Croft e Sim ainda agem como se estivessem sozinhos. Trocam gestos e olhares tímidos, a música deles soa como uma linguagem particular. "Eles aprenderam juntos a falar, quando tinham 3 anos de idade", diz Jamie Smith, que produziu o álbum e toca sintetizadores e bateria eletrônica no palco. "Agora estão aprendendo a cantar juntos."