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"O Oasis acabou, mas estamos fazendo algo tão bom quanto", diz Liam Gallagher

GIO GASPARINI Publicado em 12/12/2011, às 13h45 - Atualizado às 13h59

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Beady Eye já pensa em novo álbum, sucessor de <i>Different Gear, Still Speeding</i> - Steve Gullick/Divulgação
Beady Eye já pensa em novo álbum, sucessor de <i>Different Gear, Still Speeding</i> - Steve Gullick/Divulgação

A passagem de Beady Eye pelo Brasil foi marcada por altos e baixos. Se no Planeta Terra, em São Paulo, muita gente acabou por sentar no chão e pedir músicas do Oasis, no Rio de Janeiro a plateia foi só elogios. A banda, criada pós-briga entre os irmãos Noel e Liam Gallagher, traz uma seleção de músicas inspiradas no movimento shoegaze e mostra uma tentativa de Liam, Gem Archer, Andy Bell e Chris Sharrock de voltar às raízes do rock. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Archer explica que “para esse primeiro álbum [Different Gear, Still Speeding], nós procuramos fazer músicas para serem tocadas ao vivo”.

Em turnê há mais de um ano, o Beady Eye ainda não conseguiu se livrar das comparações com o Oasis – mas os integrantes dizem não se importar. “Temos muito orgulho do nosso passado. Não nos escondemos dele”, afirma Archer. “Estamos começando algo novo e não tocaremos músicas do Oasis”, completa Liam. "O Oasis acabou. Mas estamos fazendo algo tão bom quanto."

Os músicos, felizes com o projeto, se dizem realizados ao criar músicas que transmitem mais de suas personalidades. Eles explicam que no Oasis eram livres para compor, mas que era diferente, já que Noel escrevia a maioria das músicas. “Não é que sentíssemos como se só o Noel pudesse compor, mas essa era a dinâmica. Agora que temos uma nova banda, temos uma nova dinâmica.”, afirma Archer. E se tem algo sobre o que eles entendem, é das diferentes dinâmicas que bandas podem ter. Afinal, fora Liam, todos os integrantes do Beady Eye já estiveram em pelo menos outras duas bandas cada. Gem, Andy e Chris, também fizeram parte de Heavystereo, Ride e The La’s, respectivamente.

Nos shows, o Beady Eye é acompanhado por dois músicos de apoio: Matt Jones, ex-integrante da banda Ultrasound, e Jeff Wootton, de apenas 24 anos, fundador e membro da The Black Marquee. Com pouca idade, mas muito repertório, Jeff também já esteve ligado a grandes nomes como Gorillaz, The Clash e The Verve. Quando questionado sobre como é trabalhar com a banda, Jeff dá risada. "Eles são ótimos, mas nos fazem ensaiar como loucos. Foram dois meses ininterruptos de ensaios, queriam que tudo ficasse perfeito."

A banda acabou de encerrar a atual turnê, nos Estados Unidos, e agora vai se dedicar à gravação do segundo álbum, previsto para 2012. Archer conta que a ideia é ser ainda mais livre no processo de criação, mas a essência do som deve permanecer a mesma. "O rock não morreu, ao contrário do que as pessoas dizem por aí. Mas é verdade que hoje em dia as bandas realmente rock sumiram. Queremos ajudar a resgatar isso", ele afirma.