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Caetano Não Autorizado

Biografia de Caetano Veloso sai após polêmica no mercado editorial

Paulo Cavalcanti Publicado em 07/06/2017, às 21h01 - Atualizado às 21h02

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<b>No Tempo Certo</b><br>
Caetano na década de 1970: autores buscaram contar história de maneira cronológica - Thereza Eugênia, 1972/Divulgação
<b>No Tempo Certo</b><br> Caetano na década de 1970: autores buscaram contar história de maneira cronológica - Thereza Eugênia, 1972/Divulgação

No final de 2013, o grande debate no setor editorial era sobre a pressão que as biografias não autorizadas sofriam pela organização Procure Saber, que tinha a participação de vários medalhões da MPB – na linha de frente do grupo, estava Paula Lavigne, empresária e ex-esposa de Caetano Veloso. O caso foi parar na Justiça e em 2015 foi decretado que autores poderiam lançar livros sem que os biografados concedessem uma autorização prévia.

O primeiro fruto “não autorizado” após essa determinação acaba de chegar às livrarias. Trata-se de Caetano: Uma Biografia – A Vida de Caetano Veloso, o Mais Doce Bárbaro dos Trópicos, de Carlos Eduardo Drummond e Marcio Nolasco, lançado pelo selo Seoman.

“Ela é não autorizada no sentido de que não foi encomendada. Caetano tinha visto uma pré-prova há muito tempo, mas não leu esta versão final, que foi bem alterada”, explica Drummond. O escritor ressalta, porém, que apesar de não ter revisado o texto foi preciso que o compositor aprovasse as fotos publicadas no livro.

Segundo Drummond, o trabalho para a biografia começou há cerca de 20 anos. “Eu e o Nolasco pensamos em contar a vida do Caetano mesmo quando não tínhamos muito envolvimento pessoal com a obra dele”, comenta. Esse distanciamento foi apenas no começo. Depois a dupla acabou se aproximando do trabalho do artista, já que fez um mergulho profundo na trajetória do ícone baiano.

“Nós visitamos todas as escolas onde ele estudou, olhamos tudo o que ele fez naquela época. Também falamos com diversas pessoas que estudaram com ele. Achamos muita gente que ajudou em sua formação intelectual.” Drummond não consegue opinar sobre se Caetano vai ou não gostar do resultado final, ressaltando o viés factual do trabalho (segundo Paula Lavigne, o artista caracterizou a versão que leu há alguns anos como sendo de “baixo nível literário”). “Este é um livro cronológico, bem diferente do jeito que ele escreve. Não tem nada a ver com Verdade Tropical, a autobiografia que ele lançou em 1997”, conclui.