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Caetano Veloso celebra o sucesso do disco Abraçaço com CD e DVD

Bruna Veloso Publicado em 11/02/2014, às 15h06 - Atualizado em 13/03/2014, às 15h08

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BRAÇOS ABERTOS
Caetano em show da turnê Abraçaço, gravado no Rio
 - MARCOS HERMES
BRAÇOS ABERTOS Caetano em show da turnê Abraçaço, gravado no Rio - MARCOS HERMES

Caetano Veloso ainda saboreia os meses na estrada com a turnê de Abraçaço (2012), enquanto chega à finalização do ciclo do álbum lançando o CD e DVD Multishow ao Vivo, gravados em agosto no Vivo Rio, no Rio de Janeiro. Aos 71 anos, ele continua apreciando a vida na estrada, embora o modus operandi tenha mudado ligeiramente com o passar dos anos. “É prazeroso. Mas o cansaço naturalmente aumenta”, conta, em entrevista por e-mail. “Eu usava as viagens de show para ver coisas nas cidades. Hoje, faço muito pouco disso.”

No trabalho, Caetano mostra clássicos e as composições do terceiro disco ao lado da banda Cê, formada por Pedro Sá (guitarra), Marcelo Callado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo) – o último dentro da chamada “trilogia Cê”, mas não necessariamente o fim da parceria. “Um ciclo se fecha. O que não quer dizer que eu não venha a tocar com eles no próximo trabalho”, afirma.

Quem viu Abraçaço ao vivo certamente se lembra dos pontos mais emblemáticos da apresentação – a própria música-título, quando banda e cantor faziam uma coreografia com os braços, ou os momentos em que Caetano se deita no chão (“Homem”) e abre a camisa (“De Noite na Cama”). “Foi nascendo na turnê”, ele explica sobre essa espécie de roteiro. “É sempre assim. Se demorar muito, vai mudando. Mas gosto de compor o show como um filme.” Caetano frisa, porém, que nesse filme há espaço para improvisação – na passagem por Bogotá, por exemplo, ele cantou de surpresa “Tonada de Luna Llena”, de Simón Diaz, e “No Puedo Ser Feliz”, de Bola de Nieve. Embora planos para um novo disco não façam parte do futuro próximo (“Ainda estou saindo de 2013”, diz), Caetano se mantém ativo como compositor – algo que, para ele, não parece ser o ideal. “Componho mais quando turnês acabam e eu penso em planejar novo trabalho.

Espero não compor tanto na idade em que estou. Fiz músicas demais”, afirma. “[Dorival] Caymmi dizia que fazia canções devagar, que de canções com pressa o mundo estava cheio. Gostaria de ser como ele, mas a verdade é que sou bem diferente.” Férias longas, no entanto, estão fora de cogitação. “Tenho vontade de sair um pouco e ficar sem dar entrevistas, ir a estúdios ou palcos. Mas, em geral, gosto disso tudo.”

Enquanto o próximo trabalho não sai, Caetano continua a carimbar suas opiniões e a se envolver em temas além da música. Um caso recente foi a polêmica do Procure Saber, que buscava a proibição de biografias não autorizadas. O saldo da discussão, ele crê, foi positivo. “Eu próprio tinha uma ideia muito definida a favor da liberação geral”, diz, após ter sido, ao lado do grupo, alvo de críticas. “Ouvindo amigos, relativizei minha posição. Assim, muita gente pode ter também enriquecido seu ponto de vista.”