Álbum Deus e o Diabo no Liquidificador
Previsto para Junho
As paredes de madeira do estúdio onde o Cérebro Eletrônico prepara seu terceiro disco estão lotadas de desenhos feitos à mão, mas o que se destaca é um quadro que reproduz um rádio enorme e antigo. Toda a atmosfera, nos fundos da casa do produtor Alfredo Bello, ajuda na obtenção do som retrô que a banda procura. "Ficamos muito à vontade aqui. A liberdade de gravação e o desprendimento de tempo que temos são é fundamentais", conta o vocalista Tatá Aeroplano.
O disco começou a ser composto e pensado ainda em 2008, pouco tempo depois de a banda lançar o elogiado Pareço moderno. "Desde que tocamos no Tim Festival não paramos de compor e arranjar as músicas", revela Tatá. Quase todas as 11 faixas que devem entrar no disco já foram apresentadas em shows. O processo lapidou os arranjos e ajudou na gravação rápida. Sonoramente é um disco mais rock and roll, com as guitarras tomando um papel de maior destaque. "Este é um disco de banda, feito de forma coletiva", completa.
O conceito do álbum foi construído a partir do título. "Criou-se uma ideia, nos dias de hoje, que ou você é bom ou mau. Partimos do princípio de que cada um tem um pouco de cada na sua composição moral", explica o vocalista. Assim, a banda compôs um disco libertário e anárquico - "no bom sentido", enfatiza Tatá - tratando de temas polêmicos , como religião e maconha, sem apologia. "Todos os tabus caíram, mas, ao mesmo tempo, o conservadorismo da sociedade só aumenta. Queremos ir contra o politicamente correto."