Unanimidade local, AEROCIRCO sonha com repercussão nacional
Formado em 2001, o Aerocirco é um dos poucos remanescentes da pequena cena roqueira de Florianópolis do início da década. Escancarando os sentimentos - de amor ou não - de forma direta nas letras, o quarteto faz um rock açucarado que remete, em uma primeira impressão, a uma mistura de Strokes e Los Hermanos. Não que a comparação chegue a incomodar. "Bebemos na mesma fonte que eles. Mas comparações são inevitáveis. Pelo menos, é com coisas boas", refuta o guitarrista e vocalista Fábio Della. "Acho que a impressão é que só falamos de amor porque usamos muitas palavras que remetem a isso, como 'voltar', 'sentir', mas há outros temas, como a forma de encarar a vida."
Uma das marcas registradas do Aerocirco - formado por Della, Maurício Peixoto (guitarra e voz), Rafael Lange (baixo) e Henrique Monteiro (bateria) - é a participação maciça e apaixonada do público em shows na cidade natal. Para captar a experiência, a banda recentemente lançou um disco ao vivo reunindo material dos três álbuns independentes já lançados. A força no palco vem, de acordo com Fábio, da participação no Clube da Luta, um coletivo de bandas independentes locais do qual o Aerocirco é um dos fundadores. "Quando o Clube começou, nossos shows eram bacanas, mas sempre em locais menores", lembra o vocalista. "Hoje, o público de outras bandas conhece nosso trabalho. Depois de dois anos, temos um público que nos segue em todos os shows."
Maior sucesso da cena catarinense nos últimos anos, o grupo ainda sofre com o anonimato além das fronteiras do estado. "Atribuímos isso ao fato de não termos nos dedicado a viajar muito, tocar em festivais importantes e não termos investido na divulgação pela internet", lamenta Della, que, para ultrapassar as barreiras regionais, prevê planos sólidos para 2009: vai oferecer todos os discos para download gratuito e deve investir em shows em festivais independentes para divulgar um novo álbum - a ser lançado em março. "Este promete ser o ano em que vamos parar muito pouco no Sul."