Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Clássicos Redescobertos

Mostra em São Paulo faz retrospectiva sobre a vida e a obra de Jards Macalé.

Antônio do Amaral Rocha | Tradução: Ligia Fonseca Publicado em 13/06/2014, às 16h04 - Atualizado às 16h23

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Clássicos Redescobertos
Clássicos Redescobertos

Para Jards Macalé, ser chamado de “maldito” até foi bom durante um tempo, mas depois passou a ser um fardo difícil de carregar. “No início, parecia ser uma coisa interessante, afi nal estavam

nos comparando a Baudelaire, Rimbaud”, diz o músico carioca de 71 anos, lembrando o carimbo que acompanha a carreira dele. “Depois, virou uma pecha. E isso passou a ser uma maldição.”

Nos últimos tempos tem havido um interesse crescente pela vida e obra de Macalé, que já foi tema de três documentários – Um Morcego na Porta Principal, Canções do Exílio – A Labareda Que Lambeu Tudo e Jards – e agora é o centro da Ocupação Jards Macalé, no espaço Itaú Cultural, em São Paulo, em cartaz até 6 de julho. A exposição o obrigou a mexer nos próprios baús, físicos e psicológicos,

quase como em uma sessão de psicanálise. “Eu abri as portas do meu coração, abri as portas da minha casa sem preconceito nenhum, para que ficasse bem aberta a minha vida criativa e pessoal." Conta. “Tem muitas fotos, recortes de jornal, ideias para músicas, projetos de discos, de livros, cartas pessoais do meu pai, da minha mãe e de amigos – Lygia Clark, Hélio Oiticica, Caetano e Gil.” A curiosidade renovada sobre o processo criativo de Macalé vem em boa hora – ainda que tardia. “Acho bacana, porque para fazer esse resgate é preciso rever músicas minhas e de meus parceiros, como Waly Salomão, José Carlos Capinam, Torquato Neto”, ele afirma. “É como se fosse uma descoberta de um Brasil quase soterrado.”