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Conquistadores de Novos Territórios e Sonoridades

Após abrir para o Black Keys (e tocar nas Olimpíadas de Londres), o Arctic Monkeys parte para voos ainda mais altos

Andy Greene | Tradução J.M. Trevisan Publicado em 14/10/2013, às 11h48 - Atualizado às 12h08

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<b>MACAQUICES</b>
“Nos conhecemos há 20 anos”, diz Alex Turner. “A gente subia em árvore junto antes de começar a fazer música” - Zachery Michael/ Divulgação
<b>MACAQUICES</b> “Nos conhecemos há 20 anos”, diz Alex Turner. “A gente subia em árvore junto antes de começar a fazer música” - Zachery Michael/ Divulgação

Apesar de dominar o reino Unido há quase uma década, o único jeito encontrado pelo Arctic Monkeys para tocar nas grandes arenas dos Estados Unidos foi abrindo para o Black Keys, em 2012. “Entrávamos no palco sempre às 8 da noite, quando todo mundo ainda está comprando pipoca e o cacete”, diz o intensamente britânico líder da banda, Alex Turner, sem alterar a expressão facial neutra. “Víamos alguém lá no meio, bem mais preocupado em mexer no telefone celular do que em ver o show. Mas, no fim da apresentação, aquele mesmo cara estava pulando com a galera.”

Em alta depois da turnê e na esperança de capturar essa mesma energia, o plano do Arctic Monkeys era ir direto para o estúdio. Mas foi aí que a imensa fama do grupo na Grã-Bretanha entrou no caminho: antes que pudessem sequer começar os trabalhos para o próximo álbum, foram chamados para participar da abertura das Olimpíadas de Londres, no ano passado, ao lado de nomes mais famosos como Paul Mc-Cartney e J.K. Rowling. “É o tipo de coisa que acontece uma vez na vida, é como ir para a Lua”, diz Turner. “Foram só cinco minutos, mas a preparação levou meses.”

Depois disso, o grupo finalmente conseguiu se reunir para gravar o quinto trabalho da carreira, AM, no começo de 2013, em estúdios de Los Angeles e Joshua Tree, na Califórnia. “Gostamos de ir ao deserto ‘torrar o cérebro’ um pouco”, diz Turner. “Mas, se você quiser ser mais preto no branco, pode dizer que fomos lá para compor mesmo.” Em uma tentativa de dar uma chacoalhada no som, que tende para agitadas jams típicas de pub, a banda abraçou uma porção de influências, do hip-hop dos anos 90 (Dr. Dre, Outkast) ao ritmo arrastado do rock setentista. “É como uma reação química”, diz o vocalista e guitarrista. “Se você coloca a quantidade errada de um elemento, começa a sair fumaça do tubo de ensaio. Rolaram muitas demos e testes.” Eles saíram do processo com 12 músicas prontas, incluindo “Arabella”, que tem ares de Black Sabbath, e a surpreendentemente doce “No. 1 Party Anthem”. “Para mim, essa faixa é sobre aquele tipo de meia-noite em que você se sente como se estivesse em um universo paralelo”, diz Turner.

Foi uma jornada longa desde que o Arctic Monkeys surgiu repentinamente para o estrelato na Inglaterra, quando o disco de estreia explodiu nas paradas em 2006 – época em que os integrantes ainda moravam com os pais. “Nos conhecemos há 20 anos”, conta Turner. “A gente subia em árvore junto antes de começar a fazer música, por isso quando toda essa loucura começou, podíamos pelo menos confiar uns nos outros.”