Brigas internas do Creedence Clearwater Revival não permitem um retorno definitivo
Se você voltasse 40 anos no tempo, veria que, ao lado dos Beatles, a maior banda do mundo era o Creedence Clearwater Revival. Hoje, o grupo virou história, mas seus membros continuam na ativa: o líder e cantor John Fogerty tem uma bem-sucedida carreira solo (o irmão dele, o guitarrista Tom Fogerty, morreu em 1990), enquanto o baixista Stu Cook e o baterista Doug Clifford seguem com o Creedence Clearwater Revisited, que este mês se apresenta de novo no Brasil para mostrar hits como "Proud Mary" e "Have You Ever Seen the Rain". Para Cook, a empatia que o público brasileirotem com o som deles vem dasraízes musicais da banda: "A música do Creedence é universal,mas tem os pés fincados no country, na música folclórica, algo que os
brasileiros apreciam".
O grupo, que começou como uma reunião de amigos de escola, teve uma separação amarga. Segundo o baixista, a culpa é do líder Fogerty. "O Tom tinha saído e ele insistiu para que eu e o Doug escrevêssemos canções para [o disco] Mardi Grass [1972]. Claro que o nosso material não se comparava ao dele. Quando o álbum saiu e foi malhado, nos culpou pelo fracasso. Foi um período ruim, John brigava com a gravadora. Ele queria sair e forçou o fim da banda." A bronca entre Fogerty e os outros membros do Credence ultrapassou décadas e gerou inúmeros processos na Justiça. Hoje, o lado legal foi resolvido - mas qualquer tentativa de socialização morreu para sempre. "Infelizmente não temos mais qualquer tipo de contato", diz Cook. "A última vez em que falei com John foi há uns dez anos, para finalmente resolvermos nossos problemas processuais. Ele queria proibir que eu e o Doug continuássemos a tocar as músicas dele. Mas seguimos. As amizades morrem, mas a música fica."