Tendo se estabelecido desde a chegada em Hollywood como uma estrela de personalidade forte, mas ao mesmo tempo afável, a britânica Emma Watson, 23 anos, conquistou fãs por ser um caso raro de atriz mirim que cresceu com o mínimo de afetação. Egressa da escola Jennifer Lawrence (ou seria o contrário?) de respostas inteligentes e divertidas, Emma, que dividiu os anos pós-Harry Potter entre a carreira de atriz e duas universidades (a norte-americana Brown e a britânica Oxford), usa as redes sociais, as escolhas artísticas e as entrevistas que concede para promover um modelo de celebridade bem mais saudável em comparação àquele que vinha se propagando nos últimos tempos – e isso não quer dizer um politicamente correto insosso, mas sim uma espécie de versão real, crescida e mais segura de Hermione Granger, a bruxa idealista que ela interpretou nos filmes Harry Potter.
Emma já fez um bom trabalho de se desvencilhar de Hermione com papéis variados, como a desmiolada Nicki, de Bling Ring – A Gangue de Hollywood, e no drama queridinho indie As Vantagens de Ser Invisível. Agora, ela aproveita o momento para se desprender da infância em outro sentido, enquanto adiciona ainda mais variedade à carreira atuando em Noé, épico dirigido por Darren Aronofsky, de Cisne Negro e O Lutador. “Gostei muito da minha personagem. Ela está prestes a se tornar uma mulher e precisa fazer escolhas muito difíceis na vida”, diz Emma sobre Ila, papel que interpreta no filme. “Passo pela mesma transição que ela. Estou naquela idade de decidir o que quero fazer, onde quero morar, que tipo de pessoa quero ser, quem vou escolher amar. É o que acontece quando você tem 20 e poucos anos.”
“Noé é uma espécie de patriarca. E você chega a um estágio com os seus pais em que começa a não necessariamente concordar com tudo em que eles acreditam”, Emma compara. “É a hora de eu decidir quais partes da minha criação vou levar comigo – e como faço para ter minha própria mente independente.”