De Novo na Pista

Pato Fu volta ao estúdio em disco com um pé no rock e outro na dance music

José Julio do Espirito Santo

Publicado em 12/12/2014, às 10h58 - Atualizado às 11h12
<b>Mais roqueiros</b><br>
Pato Fu, carregado nas guitarras e teclados. - Divulgação
<b>Mais roqueiros</b><br> Pato Fu, carregado nas guitarras e teclados. - Divulgação

Ajudar a filha pequena com a lição de casa, jogar videogame com ela, levá-la à escola, entrar no estúdio para produzir alguma coisa e andar de skate – esse é

um dia comum na vida do guitarrista John Ulhoa. O lançamento de Não Pare pra Pensar, 10º álbum de estúdio do Pato Fu, está prestes a quebrar um

pouco essa rotina. O novo trabalho leva a banda a um caminho diferente deDaqui pro Futuro (2007), lançado antes de o grupo se jogar no conceito lúdico-

experimental de Música de Brinquedo (2010). “A gente queria que fosse um disco bom para tocar ao vivo. Daqui pro Futuro é um pouco mais contemplativo.

É até um pouco difícil de ser transportado para o show”, Ulhoa confessa. “Mantivemos esta ideia: não pare para pensar. É um disco musculoso, mas divertido ao mesmo tempo.” O fato de a vocalista Fernanda Takai ter uma carreira solo com muitas baladas no repertório também influenciou na decisão de tornar Não Pare pra Pensar um álbum mais roqueiro que os anteriores, mas com teclados que remetem à disco music.

Embora John Ulhoa assine a maioria das composições, a parceria com o baixista Ricardo Koctus aparece em “Eu Era Feliz” (com a cantora e compositora Roberta Campos) e a bela “Siga Mesmo no Escuro”, para a qual os dois se inspiraram no U2. “Ricardo tem um ecletismo que vai além do meu. Ele tem mais afinidade com bossa

nova, Elvis Presley e música brasileira do que eu”, Ulhoa diz, tentando explicar a criação da faixa. “Quanto a U2, empatamos no gosto. Daí, a gente tentou fazer um negócio parecido, fracassou maravilhosamente e acabou ficando uma coisa bacana.”

O Pato Fu começará uma nova turnê no início de 2015. Enquanto isso, Ulhoa, de 48 anos, pretende continuar passando algumas horas em cima do skate. “Ando desde os 9 anos. Cheguei a disputar campeonato”, ele conta. “Fiquei parado 18 anos e voltei há uns três. Algum tempo atrás, vi alguns dos meus heróis andando de novo, e é como [ver] aqueles velhos tocando rock.”