Anita Pallenberg foi parte inconfundível da essência transgressora dos Rolling Stones
Quando Anita Pallenberg entrou na vida dos Rolling Stones, eles já estavam deixando para trás a fama de garotos fanáticos por blues e se assumindo como personalidades da Swinging London. A influência da cosmopolita Anita foi primordial nessa transição. A atriz e modelo, nascida no dia 6 de abril de 1942, em Roma, Itália, morreu no dia 13 de junho em Sussex, Inglaterra, aos 75 anos, devido a complicações decorrentes da hepatite C.
Anita conheceu o guitarrista Brian Jones em 1965, em um show em Munique, Alemanha. Eles começaram a namorar, mas quem se apaixonou loucamente por ela foi Keith Richards. Em 1967, durante férias conjuntas da banda no Marrocos, Jones ficou doente. Enquanto ele convalescia em um hospital, Anita e Richards ficaram juntos.
Assim como aconteceu com Jones, Richards começou a se espelhar em Anita. Marianne Faithfull, na época namorada de Mick Jagger, disse que Anita “era dona de uma beleza devastadora, e tinha uma presença hipnótica e perturbadora. As outras mulheres desapareciam perto dela”.
No final dos anos 1960, Anita e Richards, que já eram o reflexo um do outro, entraram de cabeça na heroína. Paralelamente, a artista inspirou várias canções dos Stones. Em 1968, atuou em Performance, ao lado de Jagger. No set, tiveram um caso. Quando o guitarrista descobriu, sentiu que era o fim do mundo – nascia aí a apocalíptica “Gimme Shelter”.
Mesmo após o após o affair, o relacionamento seguiu, assim como o vício de ambos em heroína. Eles tiveram três filhos: Marlon, Dandelion (que hoje assina como Angela, seu nome do meio) e Tara, que morreu com 10 dias de vida. Em 1979, um jovem chamado Scott Cantrell, de 17 anos, cometeu suicídio na mansão do casal em Nova York, na presença de Anita, enquanto o músico estava em turnê. Foi uma das derradeiras polêmicas envolvendo os dois; no ano seguinte o casal se separou.
Anita parou de usar drogas em 1987, embora tenha tido algumas recaídas anos mais tarde. Apesar dos problemas de saúde (além da hepatite, passou por duas cirurgias no quadril), levou uma vida tranquila nas décadas seguintes, recebendo a visita dos filhos e netos e tomando conta do jardim da casa onde morava na Inglaterra. Ela e guitarrista dos Stones continuaram amigos. O músico se declarou “devastado” com a notícia da morte.