Deize Tigrona

Deize Tigrona volta da Europa, marca a fusão de funk com electro e vai, com calma, ganhando o mundo

Adriana Alves

Publicado em 08/09/2008, às 17h49 - Atualizado em 09/09/2008, às 16h38
Deize Tigrona vai ter sua música "Aqui Pra Vocês" lançada mundialmente no próximo disco do Buraka Som Sistema
Deize Tigrona vai ter sua música "Aqui Pra Vocês" lançada mundialmente no próximo disco do Buraka Som Sistema

Depois de subir ao palco do Rock in Rio Lisboa com o Buraka Som Sistema e fazer shows na Alemanha, Suíça, Dinamarca e Suécia, Deize, 29 anos, mãe de três filhos, faz uma pausa para repensar o mundo e o funk. Agora, sua carreira - que começou por causa da prostituta da minissérie global Hilda Furacão - está pronta para pousar com a versão moderna do pancadão no Canadá, Austrália e China.

Seu assessor falou que você não estava muito bem, prefere fazer a entrevista depois?

Cheguei de viagem e fiquei um pouco confusa [risos]...

Mas já está melhor?

Agora sim, é que para mim isso tudo é muito impressionante. Cheguei de turnê e minha cabeça... Não sei se foi estresse, mas fiquei tão agitada que parecia que não estava falando coisa com coisa. Cheguei a ir ao médico tomar soro, fiz exames de sangue porque achei que estava ficando pirada. Só parei para pensar em tudo o que aconteceu comigo nos últimos anos quando voltei dessa viagem e cheguei no Rio. Nos últimos dois meses, toda semana ia viajar para um país diferente.

E o que mudou na sua vida com o sucesso?

Sempre fui segura e madura, mas desconfiava muito das pessoas e tinha medo da ilusão da televisão. Agora aprendi a confiar mais nas pessoas, a acreditar mais. Tô ainda mais segura de tudo o que quero. Então se fosse fixar minha cabeça só em funk, funk, funk, acho que iria ficar meio louca, porque a galera não quer mais ouvir o duplo sentido. Até consigo escrever o que toca hoje, que é letra pesada, as putarias sem duplo sentido, mas minha filha já faz muita pergunta...

Essa mudança nas suas parcerias em direção ao electro tem a ver com as letras do funk de hoje?

Quando vi que dava para pular do funk pro electro funk, fui logo e já estou me sentindo melhor. É mais independente e com espaço em vários países. Agora consigo fazer letras com mais conteúdo, mais qualidade, e passei a querer ouvir a história que tem na música. Depois da parceria com o Buraka Som Sistema, a cada som que vou ouvindo sinto que minha voz dá para encaixar. Fiz com eles a "Aqui Pra Vocês" e o Buraka tem outro tempo, um outro bpm bem mais alto do que o do funk. Também vi o Edu K misturar funk com rock, o Diplo também, agora posso fazer outras coisas.

Você lê esta entrevista na íntegra na edição 24 da Rolling Stone Brasil, setembro/2008