“Garota de Ipanema” – João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e os Cariocas
“Garota de Ipanema” é a canção brasileira mais gravada de todos os tempos. Esta foi a primeira vez que a música foi mostrada ao público. Neste show realizado em 1962 na boite carioca Au Bon Gormet, João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Os Cariocas se apresentaram juntos pela primeira e única vez. O show foi chamado de O Encontro e se tornou um pedaço de história da música brasileira até hoje não superado.
“How Insensitive” – The Monkees
A versão em inglês para “Insensatez” ganhou inúmeras gravações. Um das mais inusitadas é esta, registrada em 1968 pelo grupo de pop rock The Monkees. Fã de música brasileira, Michael Nesmith deu um toque de country rock para a criação de Jobim. A faixa permaneceu inédita até 1996, quando saiu na coletânea de raridades Missing Links Volume Three.
“Sabiá” – Cynara e Cybele
Em 1968, o Brasil vivia seu momento mais explosivo. O governo militar havia decretado o AI-5, estabelecendo a censura e limitando as atividades civis. Os festivais da canção eram um termômetro daquela turbulência. A melancólica “Sabiá”, parceria de Tom Jobim e Chico Buarque e interpretada por Cynara e Cybele (do Quarteto em Cy), ganhou o Festival Internacional da Canção (FIC) de 1968, exibido pela Rede Globo. Ela não era a favorita dos público, todos preferiam a provocadora “Para não Dizer que Não Falei das Flores", de Geraldo Vandré. Mas “Sábia” era uma canção política, também.
“Dindi” – Sylvia Telles
Esta parceria de Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira foi inspirada em uma fazenda chamada Dirindi, que Jobim e o amigo Vinicius de Moraes costumavam frequentar. A canção foi muito regravada, mas a versão original ficou a cargo de Sylvia Telles, uma das melhores intérpretes das canções de Tom Jobim. Jobim escreveu a canção especialmente para ela no final da década de 1950. Em 1966, quando tinha 32 anos, Sylvia morreu em um acidente de carro no Rio de Janeiro.
Em 1967, o músico brasileiro gravou ao lado de The Voice o álbum clássico Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim. No mesmo ano, ele foi convidado para um especial de TV de Sinatra que também contou com a participação de Ella Fitzgerald. Ao lado do dono do programa, Jobim tocou “Quiet Nights and Quiet Stars” (versão em inglês para “Corcovado”); “Change Partners” (de Irving Berlin), “I Concentrate on You” (de Cole Porter) e “Girl From Ipanema”. Mais cool, impossível.
“Someone to Light Up My Life” – Scott Walker
O cultuado Scott Walker, além de ter sucesso com grandiosas baladas existenciais, também gostava de música brasileira. Ele chegou a gravar “Maria Bethania”, de Caetano Veloso. Em 1969, o crooner norte-americano radicado na Inglaterra registrou esta versão em inglês para "Se Todos Fossem Iguais A Você", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. A faixa foi incluída no álbum Scott Walker Sings Songs From His TV Series.
"Águas de Março" – Tom Jobim e Elis Regina
O álbum Elis & Tom, lançado em 1974, é um dos altos da discografia dos envolvidos. Como toda grande obra de arte, sua concepção não foi fácil; Jobim tinha dúvida se os arranjos e piano elétrico de Cesar Camargo Mariano iriam soar bem no projeto. Mas no final tudo deu certo e “Águas de Março”, um dueto charmoso e descontraído entre Tom e Elis, se transformou em um grande hit.
“Wave” – Elis Regina & Toots Thielemans
“Wave” começou com uma faixa instrumental e também batizou o álbum de mesmo nome lançado em 1967 por Tom Jobim. Depois, ganhou letra em inglês e em português feitas pelo próprio Jobim. Aqui, Elis Regina é vista na TV francesa interpretando a faixa em inglês e acompanhada pelo gaitista belga Toots Thielemans.
Jobim entra no domínio do sunshine pop e do easy listening em uma canção que fala de pipas, dias ensolarados, banhos de mar e coisas boas da vida. “Two Kites” foi incluída no álbum Terra Brasilis (1980) e se tornou um ponto alto das apresentações ao vivo de Jobim nesta fase da carreira dele. A Banda Nova acompanha o maestro.
A musa desta canção foi Lygia Marina de Moraes, professora de uma das filhas do maestro. Os dois tiveram um breve caso e Jobim a imortalizou em letra e música. Aqui, a canção aparece em um dueto do compositor com Roberto Carlos em um especial do Rei feito em 1981.