No Brasil, DJ Spooky propõe meditação sobre a natureza
"Vocês sabiam que a Antártica contém os únicos territórios do planeta que não pertencem a ninguém?" O discurso didático proferido de cima do palco não vem de um professor de geografia, e sim de Paul D. Miller, nome real do artista conhecido como DJ Spooky. O músico norte-americano foi a atração principal do Vivo Lab, evento da operadora de celular que visa o fomento de projetos de arte multimídia. Ele - que se descreve como compositor, artista multimídia e escritor, jamais como DJ - passou por Belo Horizonte no início de novembro, onde apresentou o espetáculo Terra Nova: Sinfonia Antarctica. No final de 2007, Spooky viajou para o continente gelado com um estúdio portátil na bagagem, com o objetivo de captar imagens e a acústica da região. O material resultou na apresentação de 70 minutos, que é executada por dois violinos, um violoncelo, um piano e o próprio Spooky, que comanda as batidas sutis e o conteúdo de dois telões, um compêndio de cenas estonteantes do continente gelado mescladas a mensagens subliminares. "É uma meditação sobre a paisagem", ele descreveu. "A ideia é que as pessoas pensem em música como informação também. É para fazer pensar sobre o que está acontecendo com o meio ambiente."