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DNA Visionário e Musical

Foco na curadoria e implementação de cobrança em moeda local: os planos do Apple Music para o Brasil

Bruna Veloso Publicado em 01/04/2017, às 11h54

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<b>Alto e bom som</b><br>
James Corden (<i>ao centro</i>) com Ben Winston e Eric Pankowski, da CBS TV, em um painel falando sobre o Carpool Karaoke – The Series, exclusivo para a Apple Music - Richard Shotwell/Invision/AP
<b>Alto e bom som</b><br> James Corden (<i>ao centro</i>) com Ben Winston e Eric Pankowski, da CBS TV, em um painel falando sobre o Carpool Karaoke – The Series, exclusivo para a Apple Music - Richard Shotwell/Invision/AP

‘‘Steve [Jobs] sempre acreditou que a música muda vidas”, diz Eddy Cue, vice-presidente sênior de serviços e software de internet da Apple, em um luxuoso hotel em Miami. O executivo se encontrou com jornalistas do Brasil e do México para falar sobre os serviços Apple Music e Apple Pay (este último ainda não está disponível por aqui).

Reunir veículos do mercado latino é uma mostra de como a região tem importância para a gigante da tecnologia – especialmente por serem países em que a adesão à ideia de “comprar música” ainda sofre resistência. “O maior desafio é mostrar que vale a pena pagar por música”, diz Cue. “O público pensa: por que pagar por esse serviço? E é por isso que passamos tanto tempo trabalhando na curadoria de conteúdo.”

A curadoria é definitivamente o diferencial do Apple Music, que hoje tem 20 milhões de assinantes no mundo (a empresa não divulga dados por região) e também pode ser usado em aparelhos com sistema Android. Há inúmeras playlists criadas por quem entende do assunto e a navegação na interface do aplicativo é simples e intuitiva. A ideia é que o usuário tenha a consciência de que há pessoas por trás da tela criando conteúdo especial para cada tipo de ouvinte. “Também usamos algoritmos, mas nada faz o trabalho como um ser humano”, define Cue. Atualmente, o serviço está presente em 115 países, com diversos curadores locais. Além disso, há material exclusivo, como a rádio Beats 1, que tem programas apresentados por nomes como Mike D (Beastie Boys) e o âncora Zane Lowe. E nos próximos meses haverá um adicional audiovisual ao catálogo: o quadro “Carpool Karaoke”, nascido no talk show do britânico James Corden, terá episódios especiais para a plataforma de streaming.

Ao lado de Eddy Cue, o músico capixaba Silva recebeu o grupo de jornalistas brasileiros. “Percebi que havia pessoas que realmente ouviam a minha música, que não era um serviço mecânico ou de gravadora colocando na playlist como prioridade”, enaltece. Silva faz questão de apontar ainda a usabilidade de aplicativos como o GarageBand, exclusivo para iOS e que funciona como um estúdio digital: “[Com ele] não é preciso ir à escola para aprender a fazer música”.

Um entrave à aceitação do Apple Music no Brasil é o fato de a cobrança continuar sendo feita em dólares (US$ 4,99 para o plano individual; US$ 7,99 para até seis contas no plano familiar; US$ 2,49 para estudantes universitários). Segundo Eddy Cue, a empresa trabalha para que até o final de 2017 todas as cobranças sejam feitas diretamente em reais com base nos valores em dólares. Obviamente, o mesmo não vale para os produtos físicos da Apple. Para ficar no campo da música, os AirPods – fones de ouvido sem fio e com controles por toque e por voz – custam, no Brasil, R$ 1.259, à vista; nos Estados Unidos, saem por US$ 159.

Outra novidade que em breve deve chegar ao país é o sistema de pagamentos Apple Pay. Ele pode ser usado para compras virtuais ou via tecnologia NFC. Nessa modalidade, basta aproximar aparelhos Apple de máquinas de cartão compatíveis para que um pagamento (em uma loja ou restaurante, por exemplo) seja feito instantaneamente, com apenas um toque no iPhone ou no Apple Watch. Segundo os executivos da empresa, o Brasil é um dos países mais avançados no uso da tecnologia NFC – informações não oficiais dão conta de que a demora para a chegada do serviço por aqui é resultado das negociações com os bancos nacionais.