Com parcerias "emotivas", Marcelo Camelo abre o coração em primeiro disco solo
E sábado, hor a do almoço, e Marcelo Camelo tem ensaio marcado com sua atual banda de apoio, o Hurtmold, às 16h. Os primeiros shows da turnê do disco novo, Sou (ou, visto de ponta-cabeça, Nós), a estréia pós-Los Hermanos, estão prestes a acontecer. Quando chego ao hotel em que o cantor está hospedado, em São Paulo, cinco minutos antes do combinado, ele já espera na porta, usando óculos de lentes finas e aro muito largo. A entrevista aconteceria a poucos metros dali, em um restaurante pequeno e simples. Sorrindo, Camelo chama a garçonete pelo nome. Fica claro que almoça ali todo dia.
Ao mesmo tempo em que fala, bebe pequenos goles de vinho. "Meu método [de compor] mudou. Minhas influências agora são o [cineasta] Nilson Primitivo, o [trompetista da Orquestra Imperial] Max Sette, o Carlinhos Brown e a Mallu Magalhães. Esses caras são demais, queria montar uma banda com nós cinco. São instintivos, não se atrapalham com a bola, não botam muito a consciência na parada e deixam a coisa fluir. Os artistas do inconsciente."