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Do Fundo do Palco para o Foco

Músicos que acompanham grandes nomes do samba formam o Trio Preto +1, que agora brilha sozinho

Christina Fuscaldo Publicado em 12/11/2012, às 15h51 - Atualizado às 16h12

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MAIS QUE TRÊS
(A partir da esq.) Pretinho, Didão, Nene e Miudinho  - MARCOS FORTES/DIVULGAÇÃO
MAIS QUE TRÊS (A partir da esq.) Pretinho, Didão, Nene e Miudinho - MARCOS FORTES/DIVULGAÇÃO

Sabe “Alma de guerreiro”, o tema de abertura de Salve Jorge? É uma parceria de Pretinho da Serrinha com Seu Jorge, Gabriel Moura e Leandro Fab. Conhece “Tiranizar”, música de Caetano Veloso que faz parte da trilha da mesma novela? Essa tem produção musical de Pretinho. E já ouviu “Batucada Quente”, que também está na trama? É do Trio Preto +1, grupo que Pretinho montou com amigos de longa data e que chega à cena respaldado por grandes nomes da música brasileira. “Mais que padrinhos, nós temos amigos”, diz Pretinho. “E nem poderíamos falar de um padrinho ou dois, porque todos estão dando a maior força. Seu Jorge é um parceiro que vem nos acompanhando há um tempão. O que Caetano fez com a gente não tem preço: colocou o Trio Preto +1 participando do show Primavera Carioca, no Circo Voador, que também teve participação de Chico Buarque... Fiquei tão nervoso, que na hora em que ele nos chamou não consegui segurar o xixi.”

O trio se conhece há mais de 15 anos. A sintonia foi sentida logo no primeiro samba que promoveram em meados da década de 90, na comunidade do Morro da Serrinha, em Madureira, onde morava Pretinho. “Todo mundo estava meio quebrado. Compramos cervejas, fizemos churrasquinhos e vendemos tudo. O pagode foi um sucesso, deu R$20 pra cada um”, lembra Nene Brown.

Quando tocava em São Paulo, Dudu Nobre tinha Adilson Didão em sua banda e foi nessa época que Pretinho, Miudinho e Nene conheceram o + 1 do grupo que formariam mais tarde. Mas não foi aí que o trio virou quarteto. “Miudinho e Nene tocavam com Leci Brandão e eu e Didão com Dudu. Depois, nós três voltamos a tocar juntos, com Seu Jorge, e aparecíamos muito nos shows com nossos solos de percussão. Numa turnê, um francês disse que precisávamos de um nome e falou em Trio Pretón. Achamos feio e batizamos de Trio Preto. Seu Jorge sugeriu que fizéssemos um disco”, lembra Pretinho.

Passaram-se aproximadamente cinco anos até que, em um encontro com Didão, eles chegassem à formação perfeita. “Chamei Miudinho para me ver no grupo de pagode que eu tinha, o Novo Sonho, e depois ele me ligou chamando para tocar no Rio com a galera. Mas só voltamos a falar disso no aniversário dele, uns seis meses depois. Eu estava com um cabelão e Pretinho falou: ‘Ih, gostei de você!’”, conta Didão. “Ele chegou moderno: de camisa rosa, calça marrom... logo vi que tinha estilo para tocar com a gente”, diz Pretinho. “Didão estava lá elogiando nosso trabalho e, do nada, o copo caiu da mão dele, cheinho. O copo caiu em pé e o líquido subiu e voltou para o copo, sem molhar nada em volta. Falei: ‘Meu irmão, é a confirmação’.”

Com um samba diferente, o disco de estreia do Trio Preto + 1 tem participação de Seu Jorge e releituras de “A Voltado Malandro” e “O Meu Mundo Ficaria Completo (Com Você)”, além da música da novela. “A gente levanta a bandeira do samba, mas também toca outros estilos”, afirma Miudinho. Essa mistura já se via nas parcerias de Pretinho com Seu Jorge: “Burguesinha”, “Menina do Condomínio”, “A Melhor Amiga da Minha Mulher” são algumas delas. Agora, só falta os quatro se acostumarem a ser os astros em foco e não mais os músicos que acompanham o artista da vez.