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E Agora, Foo Fighters?

A banda não deve terminar, apesar da pausa anunciada. E mais: o documentário de Dave Grohl

David Fricke | Tradução: J.M. Trevisan Publicado em 09/01/2013, às 15h51 - Atualizado às 15h53

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<b>RALANDO</b> Grohl no comando do Foo Fighters, durante o primeiro Lollapalooza brasileiro, em 2012 - Thais Azevedo
<b>RALANDO</b> Grohl no comando do Foo Fighters, durante o primeiro Lollapalooza brasileiro, em 2012 - Thais Azevedo

"As pessoas jamais deveriam ter medo de que o Foo Fighters vá acabar”, declara Dave Grohl, vocalista, guitarrista e fundador da banda pelo telefone, direto de Los Angeles. “É como os seus avós se divorciarem – não vai rolar.” Grohl faz a afirmação pouco depois de anunciar que o grupo havia entrado em um hiato. “Não sei quando o Foo Fighters vai tocar de novo”, ele escreveu no Facebook em 2 de outubro. Três dias depois, a banda encerrou uma turnê de um ano – que passou pelo Brasil em 2012, no Lollapalooza – no Global Citizen Festival, no Central Park, em Nova York. “Tivemos um período ótimo com este último álbum”, Grohl diz sobre Wasting Light (2011), “mas nos sentimos melhores quando podemos parar para respirar, sem sufocar.”

Ainda assim, ele já tem “um conceito para um novo disco, algo que nunca usamos antes. E quem sabe? Pode até haver um filme para acompanhar”. Se isso acontecer, Grohl poderá até dirigi-lo. Ele está terminando o longa Sound City: Real to Reel, documentário que dirigiu sobre o estúdio no sul da Califórnia em que a banda anterior dele, o Nirvana, gravou Nevermind. Fundado nos anos 60 em um complexo de galpões em Van Nuys, o Sound City tinha uma aparência modesta, com uma sala de gravações para baterias e uma lendária mesa de som da marca Neve.

Algumas das maiores estrelas do rock fizeram seus discos mais famosos ali, incluindo Neil Young (After the Gold Rush, 1970), Fleetwood Mac (Fleetwood Mac, 1975) e Tom Petty and the Heartbreakers (Damn the Torpedoes, 1979). Metallica, Queens of the Stone Age e Rage Against the Machine também gravaram álbuns cruciais no estúdio, que fechou em 2011. O Sound City era como “uma distorção temporal”, diz Grohl carinhosamente, “um estúdio analógico baseado na gravação em fita” especializado na “realidade crua. O Nirvana fez o que todo mundo fazia lá: você plugava, apertava o botão de gravar e a sala trazia à tona o som da banda”.

Grohl comprou a mesa de som Neve quando o estúdio fechou, e decidiu fazer o filme depois de ouvir o dono do lugar, Tom Skeeter, contar histórias da época de ouro. Usando uma equipe pequena (do tamanho de “uma turma de festa de apartamento”, diz Grohl), o diretor iniciante conduziu entrevistas com amigos como Young, Petty, o produtor Rick Rubin e Stevie Nicks e Lindsey Buckingham do Fleetwood Mac, e filmou parcerias ao vivo em estúdio com, Grohl promete, “o elenco inteiro” – reprisando inclusive a breve reunião do Nirvana (com Paul McCartney no vocal), estreada ao vivo no show beneficente às vítimas do furacão Sandy, em dezembro.

A mensagem do filme é “incrivelmente simples”, de acordo com o guitarrista que virou diretor. “O músico vem primeiro. Você pode falar da Neve, da sala, da história do lugar. Mas há um ser humano por trás daquele instrumento. É isso o que torna os momentos mágicos.”

Sound City: Real to Reel estreia em fevereiro (possivelmente inclusive no Brasil, por meio de crowdfunding). Dave Grohl diz que o próximo álbum do Foo Fighters “virá a partir do filme – a ideia do elemento humano, da personalidade crua. O próximo disco do Foo será mais cru do que o que temos feito nos últimos dez anos”. E completa: “E com ótimas músicas. E essa é a parte difícil”.